Caminhamos rapidamente para o Natal e esta é a ultima semana do ano litúrgico. Para nós, cristãos, esta "mudança de ano" deveria ser também, um momento balanço.

As leituras das últimas semanas, falam-nos dos últimos tempos, ou do fim dos tempos. Gosto imenso destas expressões! Desde a minha juventude que aprendi a entender esta linguagem bíblica, não como uma ameaça ou algo que nos faça temer os dias, que se aproximam do seu pôr do sol. Haverá algo tão belo como alguns pores do sol?

Aprendi que estas expressões, mais do que se referirem à minha morte física, são uma chamada de atenção à minha conduta como cristão, como crente em Jesus Cristo. No meu quotidiano, ponho em prática aquilo que professo em palavras? Atualizo na minha vida a Palavra de Deus? Usando as palavras do evangelho deste domingo de Cristo Rei, procuro a verdade?

O Papa, numa das audiências das quartas feiras em outubro, disse o seguinte:

«Ainda hoje, muitos procuram a segurança religiosa em vez do Deus vivo e verdadeiro, concentrando-se em rituais e preceitos em vez de abraçar o Deus de amor com todos».

Nesta catequese a partir da Carta aos Gálatas, Francisco chama à atenção para o perigo dos novos fundamentalismos que têm medo do caminho, têm medo de andar para a frente e preferem voltar para o passado onde se sentem mais seguros. Buscam a segurança de Deus e não o Deus da segurança. 

Ao refletir sobre os últimos tempos, questiono-me até que ponto sou uma Igreja em saída. Porque estes são os tempos de passar da teoria à prática. Este é o tempo de viver a sério este amor incondicional de Deus que habita todo o ser humano e especialmente o mais pobre, o mais necessitado.

Tantas vezes sentimo-nos desenraizados. Basta ouvir a expressão "No meu tempo…" Não! Este é o tempo de amar! É o tempo de sair! É o tempo de, repletos de Deus, ir ao encontro dos outros.

Caminhamos rapidamente para o Natal e este é o tempo de um Deus que vem ao nosso encontro.