Até quando?

Crónicas 25 fevereiro 2022  •  Tempo de Leitura: 1

O dia começou com o anúncio de invasões. E agora, ao final do dia, as notícias são ainda mais devastadoras do que as que chegaram nas primeiras horas da manhã.

 

Regresso a casa. No entanto, todas aquelas imagens sugam a minha atenção. Sinto a dor em cada rosto. Em cada lágrima e choro. Sinto o medo a crescer.

 

Fico imbuído em todo aquele cenário e, em tantos pensamentos, não resisto não Lhe questionar:

 

"Até quando?
Até quando, Senhor?

Até quando inocentes terão de ver o seu sangue derramado?

Até quando permanecerá o choro dos que ainda agora chegaram a este mundo?

Até quando durará a ceguez por uma ganância desmedida e a qualquer custo?

Até quando?
Até quando, Senhor?

Até quando, homens e mulheres, terão de ver as suas histórias despedaçadas?

Diz-me, Senhor, quanto tempo faltará para que a paz deixe de ser utopia?

Quanto tempo faltará para que se instale o Reino do Amor?

Quanto tempo, Senhor, até que nos tornemos à Tua imagem e semelhança?"

 

Respondeu-me em silêncio. Talvez o mesmo que recordaremos na sexta-feira santa.

 

Um silêncio frio. Incompreensível.

 

No entanto, e não querendo ser simplista, nem romantizar a situação, que este Seu silêncio seja sinal da Sua Páscoa. Que seja sinal da passagem da sombra à Luz!

Nasceu em 1994. Mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Psicólogo no Gabinete de Atendimento e Apoio ao Estudante e Coordenador da Pastoral Universitária da Escola Superior de Saúde de Santa Maria. Autor da página ©️Pray to Love, onde desbrava um caminho de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus.

 

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