Até quando?
O dia começou com o anúncio de invasões. E agora, ao final do dia, as notícias são ainda mais devastadoras do que as que chegaram nas primeiras horas da manhã.
Regresso a casa. No entanto, todas aquelas imagens sugam a minha atenção. Sinto a dor em cada rosto. Em cada lágrima e choro. Sinto o medo a crescer.
Fico imbuído em todo aquele cenário e, em tantos pensamentos, não resisto não Lhe questionar:
"Até quando?
Até quando, Senhor?
Até quando inocentes terão de ver o seu sangue derramado?
Até quando permanecerá o choro dos que ainda agora chegaram a este mundo?
Até quando durará a ceguez por uma ganância desmedida e a qualquer custo?
Até quando?
Até quando, Senhor?
Até quando, homens e mulheres, terão de ver as suas histórias despedaçadas?
Diz-me, Senhor, quanto tempo faltará para que a paz deixe de ser utopia?
Quanto tempo faltará para que se instale o Reino do Amor?
Quanto tempo, Senhor, até que nos tornemos à Tua imagem e semelhança?"
Respondeu-me em silêncio. Talvez o mesmo que recordaremos na sexta-feira santa.
Um silêncio frio. Incompreensível.
No entanto, e não querendo ser simplista, nem romantizar a situação, que este Seu silêncio seja sinal da Sua Páscoa. Que seja sinal da passagem da sombra à Luz!