XXIII Tempo Comum: «Prisioneiro…» - Ano C
Há quem olhe para a cruz e veja um cárcere de morte.
Há quem se sinta calcado e espezinhado na Fé.
Há quem nunca se encontrou no diálogo com Deus.
Há quem acolha o Pão e não viva a Palavra.
Há quem se considere prisioneiro do seu próprio Baptismo.
A liberdade que vem da Salvação dO Cristo não tem efeito imediato na nossa vida.
Os tempos que vivemos arrancam-nos o ar e estremecem com a nossa história.
O Povo de Deus, que a Bíblia retrata, já não é modelo a seguir nem a lei que cumprimos.
As Cartas escritas por S. Paulo já não são guia de inspiração, nem fortaleza ansiada.
Os Salmos entoados pelo Rei David são cantigas do passado que não trazem alegria.
E… Os Evangelhos semeiam palavras ao vento e abandonam a cruz no coração da humanidade.
Há aqueles que preferem Jesus a tudo e todos… que têm Deus como refúgio de Paz…
que do banco da igreja saem mais capazes de viver o mote: “Onde há amor, nascem gestos!”
renunciam aos bens físicos para encontrarem o caminho da Cruz
e possuem uma alma que se aprisiona na liberdade divina.
Hoje, a liturgia do 23º Domingo do Tempo Comum, do Ano C,
faz com que o amor verdadeiro fique cativo dos desígnios do Bom Pai.
Só quem Ama entende o que é ser feliz na prisão desse mesmo amor.
Para alguns de nós é sádico e sem sentido.
Para outros é natural e vem de Deus.
Quando vem do Alto é perfeito e repleto de sabedoria.
Para esta semana do Livro da Sabedoria, no Capítulo 9:
«Os pensamentos dos mortais são mesquinhos e inseguras as nossas reflexões,
porque o corpo corruptível deprime a alma e a morada terrestre oprime o espírito que pensa.»
Liberta-te do mundo…
Serás prisioneiro de um amor infinito.
Um Amor que irradia Luz do centro de uma Cruz,
mas que não te fará entristecer nem te dará a morte!
Fará de ti Seu Discípulo…
Ousa tomar a tua Cruz e segue O Mestre!