Faz hoje precisamente uma semana que rebentou a polémica acerca do famigerado palco-altar para as Jornadas Mundiais da Juventude. Já muito foi dito e escrito sobre a questão. Apenas dou como sugestão: façam uma visita às imagens das últimas Jornadas Mundiais, adaptem para a realidade portuguesa e o número de participantes que se esperam. Depois, meditem no evangelho que ouvimos este fim de semana sobre as Bem-Aventuranças. Com certeza que chegarão a uma boa conclusão.

As bem-aventuranças «contêm o bilhete de identidade do cristão, porque delineiam o rosto do próprio Jesus, o seu estilo de vida», afirmou o Papa Francisco há 3 anos atrás, perante 7.000 pessoas na Aula Paulo VI, quando iniciou um ciclo de catequeses sobre as bem-aventuranças do Evangelho de Mateus, texto que abre o "Sermão da Montanha". «Estes novos mandamentos são muito mais do que regras. Jesus não impõe nada, mas revela o caminho para a felicidade – o seu caminho – repetindo a palavra bem-aventurado oito vezes».

Seria bom memorizá-las. Seria bom que as tentássemos viver no quotidiano. Se elas são o nosso bilhete de identidade ou o nosso cartão de cidadão cristão, quer dizer que devem ser praticadas diariamente porque são caminho, verdade e vida.

Francisco disse ainda: «As bem-aventuranças ensinam-nos que Deus, para se doar a nós, muitas vezes escolhe caminhos impensáveis, os dos nossos limites, das nossas lágrimas, das nossas derrotas». «Elas não pedem ações sobre-humanas, mas imitar Jesus na vida quotidiana. Observemos Jesus: não deixou nada escrito, não construiu nada imponente. E quando nos disse como viver, não pediu para erguer grandes obras ou para deixar-mos uma marca na história realizando feitos extraordinários. Ele pediu-nos para criar uma única obra de arte: a da nossa vida».

Perante a polémica desta semana e meditando neste texto evangélico concluo.  A questão não está na multidão! Essa irá impressionar. A questão está no espetáculo que o palco poderá dar. Num tempo de crise como este que começamos a viver, urge dar o exemplo de humildade e modéstia. Urge pensar realmente naqueles que se sacrificam diariamente para terem o Pão Nosso de Cada Dia. Urge ser Igreja com os pobres e não estar associada a malabarismos pantanosos da nossa política. Urge ser sensato. Urge ser cristão!

Entre as cidades de Tabgha e Cafarnaum, o local descrito na Bíblia, abriga hoje belos jardins e a pequena Igreja das Bem-Aventuranças, construída em 1938. O local, em formato octogonal, lembra as oito Bem-Aventuranças. O interior é simples, com altar central e cadeiras ao redor. O destaque fica para os belos mosaicos no piso, que representam a justiça, a fortaleza, a temperança, a prudência, a fé, a esperança e a caridade.

Duas notas:

1- Estamos a viver a Semana do Consagrado com o lema “Peregrinos da Esperança” que termina do próximo dia 2, Festa da Apresentação do Senhor. As nossa orações.

2- Hoje, os Missionários Monfortinos celebram os 350 anos do nascimento do seu fundador, São Luís Maria Grignion de Montfort. Parabéns!