Os jovens precisam de verdadeiros mestres!
Ontem foi o Dia Internacional da Família. Num diálogo escolar com os meus alunos do ensino secundário, voltei a perceber as expectativas que muitos deles têm quanto ao futuro em geral e ao futuro familiar em particular, são um pouco negras.
Devemos ter presente que as novas gerações respiram o atual clima cultural, de poucas certezas e muitas dúvidas. E isso reflete-se nas escolhas concretas que são chamados a fazer. Hoje, mais do que nunca, a família não é o único, nem o principal modelo de referência para os jovens.
A sociedade em que estamos imersos é marcada por uma cultura de morte que se manifesta nos sinais de indiferença, de exclusão, de violência, de abandono e de solidão. A insegurança que se sente no que diz respeito ao mundo do trabalho e da economia não faz mais do que gerar incertezas e medo do futuro. Os nossos jovens investem muita energia e tempo nos estudos sabendo que em muitos casos, terão que sair do país para alcançar os seus sonhos profissionais.
É claro que tudo isto não favorece escolhas duradouras e projetos a longo prazo. Os vínculos afetivos costumam ser temporários e não são orientados para relacionamentos estáveis. Os casais optam por um único filho por causa da dificuldade que terão em educá-lo e de prover o seu sustento.
Ora, é neste hoje, desprovido de esperança e confiança, que os jovens precisam de verdadeiros mestres! Precisam de pessoas que testemunhem as escolhas pró-vida. Que testemunhem o cuidado que dão às suas relações afetivas e a atenção aos outros. Que fazem crescer a cultura da vida e do serviço, principalmente aos mais frágeis e desfavorecidos. Que usam uma linguagem positiva que favorece o bem e a beleza...
Precisamos renunciar às ilusões, às falsas esperanças e abraçar a realidade com toda a confiança no Senhor que está vivo e presente entre nós. Dar esperança é acreditar que Deus está presente também neste nosso tempo e nos capacita para realizar ações que geram a eternidade e tornam o Reino vivo entre nós e nos nossos jovens e adolescentes.
Precisamos viver o dia a dia com amor, com um coração que gera vida e, principalmente, sabe cuidar dos que mais sofrem, com solidariedade e proximidade, reconhecendo em cada um a imagem e semelhança de Deus.
Desta forma, poderemos gerar nos jovens a esperança de melhorar o pequeno mundo das nossas famílias e o grande mundo que é a comunidade humana.