O António de todos nós

Crónicas 13 junho 2023  •  Tempo de Leitura: 4

Santo António de Lisboa, ainda que em todo o mundo seja conhecido por “de Pádua”, cidade onde morreu e os seus restos mortais repousam, nasceu em Lisboa e foi batizado com o nome, Fernando Martins de Bulhões. É um padre e frade português pertencente à Ordem Franciscana, proclamado santo pelo Papa Gregório IX em 1232 e declarado Doutor da Igreja em 1946 por Pio XII, e é certamente, um dos mais amados santos venerados no nosso país e em todo o mundo católico.

 

Prova disso é o facto de muitos fiéis guardarem na carteira a tradicional e icónica imagem do Santo, representado com o lírio branco e o menino Jesus ao colo. Pensamos em António, rezamos com ele e sentimos que está perto de nós. Morreu em Pádua a 13 de junho de 1231.

 

Mais do que falar nos seus milagres, sobejamente conhecido por todos nós, interessa-me a sua vida como prática da fé que vivenciou!

 

Fernando nasceu numa boa família, uma família burguesa, pelo que foi uma pessoa que teve a sorte de ter um ambiente favorável tanto a nível de valores como a nível económico. Muito provavelmente foi a família que o incentivou a estudar com os Cónegos da Sé de Lisboa e certamente não foi contrariado na opção por uma vida religiosa, sobretudo nesta escolha inicial, como religioso agostiniano.

 

Depois de todas as peripécias que viveu na sua vida, e que são conhecidas por todos nós, encontrou Francisco de Assis.

 

E foi um acontecimento extraordinário, um acontecimento que marcou a história da ordem franciscana. Na primeira grande reunião de todos os franciscanos: o Capítulo das esteiras ou tapetes. Nada menos que dois mil frades reunirão-se em Assis, para decidir o futuro da Ordem Franciscana. Foi nessa ocasião que António e Francisco (de Assis), os dois santos mais importantes da ordem franciscana, se conheceram. Mas o que significou esse importante acontecimento? O Capítulo das Esteiras teve como "objetivo" o discutir as diversas realidades franciscanas surgidas após o início da missão do santo de Assis. Os frades que se reuniram em grande número, não tendo onde dormir, deitaram-se em simples e humildes tapetes. A pobreza no se esplendor...

 

Quando pensamos na atividade dos santos, geralmente, relegamos para uma conceção espiritual e abstrata. Lidar com a vida espiritual significa lidar com algo que não é concreto. Santo António foi profundamente concreto, não é por acaso que ele também foi responsável por uma das grandes mudanças nas leis sobre a usura. Portanto, António preocupava-se com a injustiça social. Ele foi um homem que tocou os problemas da sua época com grande sentido prático e concreto.

 

A fama de António cresceu exponencialmente na última fase da sua vida. Ficou conhecido como extraordinário pregador, evangelizador, como homem profundamente santo. Além disso, os seus milagres aumentaram ainda mais sua fama. Já em vida foi reconhecido como santo.

 

Se quisermos usar uma imagem próxima de nós, poderíamos dizer que depois de sua morte, alguém gritou: "Santo Súbito", como aconteceu com São João Paulo II. Não há santidade sem intervenção direta e concreta na vida social ou pessoal de cada um de nós!

 

Santo António de Lisboa, rogai por nós!

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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