A alegria de nos sabermos erguidos!

Crónicas 30 junho 2023  •  Tempo de Leitura: 2

A alegria de nos sabermos erguidos deveria guiar os nossos atos e a nossa própria fé. É em Jesus e por Jesus que recebemos esta dádiva. Foi com Ele e através d’Ele que a religião deixou de ser baseada segundo a descendência e passou a ser para todos aqueles e aquelas que, acreditando em Deus, professam a sua fé em espírito e verdade.

 

Sem merecermos fomos erguidos, fomos resgatados para a certeza de podermos sempre recomeçar. Fomos integrados numa comunidade de imperfeitos, numa comunidade que se reconhece inacabada e que, por isso, caminha na certeza de poder ser sempre mais e melhor. E o que fazemos com esta novidade? O que fazemos com esta tão grande e boa notícia? Vivemos como erguidos para que tantos e tantas também se possam erguer ou vivemos com a mania de possuirmos toda a verdade? Vivemos obcecados em aliviar o peso existente na vida de tantos e tantas ou impingimos maior sofrimento com os nossos preceitos e critérios? Vivemos para proporcionar alegria e esperança na vida de todos ou continuamos a acreditar que nem todos são dignos da mesma mesa, do mesmo pão e do mesmo vinho?

 

Se vivemos como erguidos e não nos preocupamos com aqueles que ainda não fazem parte da mesma mesa, então não testemunhamos verdadeiramente o amor e o sonho de Jesus. Não se trata de querer impingir uma fé aos outros, nem obrigar que todos acreditem n’Aquele em que nós depositamos toda a nossa vida. Trata-se, isso sim, de permitir que todos aqueles que acreditam no Deus revelado por Jesus se sintam acolhidos e integrados. Trata-se de permitir que todos possam ter uma relação íntima com Jesus. Trata-se de compreender que a fé e o amor por Jesus Cristo podem ser manifestados de diversas formas e que daí nasce a beleza de nos sabermos participantes da mesma ceia, da mesma mesa.

 

O cristianismo não é uma religião de iguais e para iguais, o cristianismo é para os que se partem e repartem. É para os que têm capacidade de ser pão e vinho. É para aqueles que conseguem ser alimento e alegria na vida dos que mais precisam. Ser-se cristão é ter a plena consciência de que se vive para que os outros possam ter Vida!

Nasceu em 1994. Mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Psicólogo no Gabinete de Atendimento e Apoio ao Estudante e Coordenador da Pastoral Universitária da Escola Superior de Saúde de Santa Maria. Autor da página ©️Pray to Love, onde desbrava um caminho de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus.

 

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