Adventa-te
“Adventa-te” é um convite a esperarmos por nós mesmos, pelos outros e por Deus. É um incentivo a vivermos numa espera que vive de doação e de risco. É uma ação que nos permite alargar o que somos para podermos efetivamente (re)nascer.
“Adventa-te” é a conjugação possível de um verbo que não existe, mas que vamos aplicando na nossa relação com este Deus que ateima em encarnar no concreto das nossas vidas. É o único verbo capaz de expressar o que vamos sentindo por estes tempos. Sim, porque há muito a sentir e a questionar, há muito de belo e de bom para se saborear.
Agora sim, é tempo de nos “adventarmos”, isto é, chegou o momento em que damos espaço para que o silêncio nos habite. É chegado o momento em que permitimos que este Deus também espere por nós e, desta forma, possa habitar o que somos e fazemos.É o tempo onde a oração não se faz de palavras, mas de escuta. É o tempo onde a oração não se faz de pedidos, mas de velas que nos iluminam. É o tempo onde a oração não se faz de vergonhas, mas de abraços que nos restituem.
“Adventarmo-nos” é darmos, na nossa liberdade, a possibilidade de Deus vir ao nosso encontro. Sem grandes estrondos. Sem grandes efeitos especiais, mas permitirmos que Ele tenha espaço na nossa vida. “Adventarmo-nos” é desejarmos que Ele se revele em perguntas. “Adventarmo-nos” é vivermos numa espera que ande de esperanças.“Adventarmo-nos” é sabermos que no meio das nossas feridas haverá sempre uma brecha onde Deus será Luz.
“Adventa-te” é o verbo que nos põe em vigilância. Não em jeito de medo, nem de julgamento, mas sim do que ainda falta ver, do que ainda falta contemplar em mim, nos outros e em Deus. “Adventa-te” é o verbo que nos reinventa.
Hoje, antes de te perderes em todos os pisca-pisca, “adventa-te” a (re)nascer e questiona-te: o que pode nascer em mim? O que posso fazer para que o outro seja? O que posso fazer para que Deus seja em mim?