Manter o bem à tona

Crónicas 20 abril 2024  •  Tempo de Leitura: 2

Somos constantemente sobressaltados por pensamentos menos bons em relação a nós e aos outros. Como vivemos em sociedade é inevitável a expressão ”só não sente quem não é filho de boa gente”. O problema é que às vezes sentimos coisas de mais!

 

Diz-me amiga, quantas vezes viste uma atitude do teu colega do trabalho que não gostastes e começas a pensar mal dessa pessoa e a olhar de canto.

 

Quantas vezes, na nossa família e amigos, esperávamos algo em concreto, um afeto, uma palavra, e começamos a sentir um certo vazio que nos faz olhar para as pessoas de uma maneira menos carinhosa?

 

Quantas vezes, nos grupos em que participamos, começamos a ver as coisas numa maneira perigosamente má. Ora porque achamos que um quer protagonismo, ora porque achamos que o outro nos ignora, ora porque damos opinião e somos criticadas ora porque gostávamos que fosse de uma maneira e é de outra…?

 

Pois, pois, o problema é que isso nos tolda a mente, nos infeta as conversas e nos desvia do que realmente é importante. De repente as nossas conversas ficam minadas, os nossos comentários menos simpáticos e vemos o mal em tudo e todos. Está na hora de parar porque significa que te estás a “afundar”. Por mais que bracejes e estiques o pescoço, apenas te estás a afundar mais e a deixar-te levar para o “fundo do poço”.

 

Por isso sinto que temos de fazer um enorme esforço mental para olhar para os acontecimentos com frieza, para avaliar o que sentimos com alguma relatividade e com sentido crítico em relação a nós mesmos pois, tal como avaliamos os outros, esses têm o mesmo direito de o fazer em relação a nós.

 

Temos mesmo de nos esforçar para manter o bem das coisas à Tona, o bom das pessoas como prioridade e alimentar conversas sãs e positivas, sob pena de, quando nos contornarmos, estarmos muito longe da luz, muito longe do ar e muito longe de conseguirmos ser bons.

 

E tu amiga, tens conseguido manter-te à Tona?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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