E se no final se resumir tudo ao Amor?

Crónicas 17 maio 2024  •  Tempo de Leitura: 3

 

Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

João 13,34-35

 

E se no final se resumir tudo ao Amor? E se para se concretizar o sonho de Jesus precisarmos apenas de amar e sermos amados? Jesus, antes de partir, e para que não ficasse nenhuma dúvida de como os seus discípulos deveriam ser reconhecidos, deixa um novo mandamento. Deixa o mandamento da Sua vida, daquilo que foi até ao fim.

 

Este novo mandamento, mais do que realizar uma súmula, convida a que tudo seja lido e interpretado segundo o amor. Jesus, o Cristo, não deixa este mandamento ao calhas. Ele bem sabia que mais cedo ou mais tarde surgiriam dúvidas. Ele bem sabia que mais cedo ou mais tarde a Sua mensagem seria manipulada pela fragilidade humana. Decide por isso relembrar que a Sua vida tinha sido pão. Tinha sido (re)partida, doada. Tinha sido alimentada e regada de amor. Foi no amor e com amor que curou. Foi no amor e com amor que salvou. Foi no amor e com amor que permitiu que tantos e tantas recomeçassem. Foi no amor e com amor que olhou, tocou e acolheu quem se sentia perdido por entre as margens da Vida.

 

E se no final se resumir tudo ao Amor? Não pediu que fôssemos reconhecidos/as pelos rituais e a rigidez da relação. Não pediu que fôssemos reconhecidos/as como os/aspossuidores/as da verdade e da moral. Não pediu que fôssemos reconhecidos/as como donos/as disto tudo. Não pediu que fôssemos reconhecidos/as pela aparência. Pediu, isso sim, que fôssemos Amor. E é o amor que permite abraçar com esperança as dúvidas e as perguntas às quais não temos resposta. É o amor que permite acolher todos e todas na sua inteireza. É o amor que dá sentido ao Seu banquete, onde na comunhão e na partilha todos/as são pão e vinho, isto é, todos/as se dão em vida e alegria. É o amor que dá poder às palavras e abrilhanta o olhar da fé. É o amor que permite vislumbrar, no outro, o rosto de Jesus, o Nazareno.

 

E se no final se resumir tudo ao Amor? Talvez a construção do Reino de Jesus ganhe forma sempre que amamos todos e todas pelo que são e não pelo que cumprem. Talvez o Reino de Jesus ganhe forma sempre que as nossas palavras e gestos dão a conhecer o poder de nos sabermos amados/as!

 

Hoje, antes de voltares para o teu quotidiano, pergunta-te: no final do dia conta o cumprimento ou o Amor? Amo como Jesus pede ou como me dá mais jeito?

Nasceu em 1994. Mestre em Psicologia da Educação e do Desenvolvimento Humano. Psicólogo no Gabinete de Atendimento e Apoio ao Estudante e Coordenador da Pastoral Universitária da Escola Superior de Saúde de Santa Maria. Autor da página ©️Pray to Love, onde desbrava um caminho de encontro consigo mesmo, com o outro e com Deus.

 

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