Esperamos ou desesperamos?...
O mundo ocidental em que estamos imersos está marcado por uma cultura de morte que se manifesta nos sinais de indiferença, de exclusão, de violência, de abandono e de solidão.
A insegurança e a dúvida que se vive nas áreas do trabalho e da economia nada mais faz do que gerar a incerteza e o medo quanto ao futuro. A paz foi posta em causa com a invasão russa da Ucrânia...
O que se pede aos crentes, mais do que nunca, é que sigam o exemplo de São João Batista.
Agora é o momento do testemunho, das escolhas pró-vida que tornem visíveis os valores que acreditamos: prestar atenção à qualidade das relações; ser ativos para aumentar a cultura da vida nos contextos do quotidiano da nossa existência; utilizar uma linguagem que favoreça o bem, a bondade, a beleza, a atenção aos outros, especialmente aos mais frágeis e necessitados.
Além disso, neste hoje, desprovido de confiança e esperança, precisamos que os crentes em Jesus Cristo, se tornem mestres de profecia e de futuro. Ensinar a viver esperando e acreditando na vida.
Precisamos de renunciar às ilusões, às falsas esperanças, abraçar a realidade com confiança no Senhor que está vivo e presente entre nós. Esperar é acreditar que Deus também está presente no nosso tempo e nos capacita para realizar ações que geram a eternidade e tornam vivo o Reino entre nós.
«”Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?” (Mc 4. 40). Os discípulos deixaram-se surpreender pelo medo, pois tinham fixado mais as ondas do que Jesus. E o medo leva-nos a olhar para as dificuldades, para os problemas graves e não para o Senhor, que muitas vezes dorme. Acontece o mesmo connosco: quantas vezes olhamos para os problemas, em vez de ir ter com o Senhor para depor nele as nossas preocupações! Quantas vezes deixamos o Senhor num canto, no fundo do barco da vida, para o acordar apenas no momento da necessidade! Hoje peçamos a graça de uma fé que não se canse de procurar o Senhor, de bater à porta do seu Coração.»
Papa Francisco, Angelus de 20 de junho de 2021