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Crónicas 30 julho 2024  •  Tempo de Leitura: 2

30 de Julho. Mais um ano vivido numa certa normalidade. Não nos é dado como garantido viver sem alguma anormalidade. Quando tal acontece, o caminhar torna-se mais difícil e doloroso. Essa anormalidade, pode derivar da saúde e falta dela, ou porque a vida nos corre bem e tornamo-nos arrogantes com as riquezas que nos enchem o coração de orgulho.

 

A primeira coisa que faço, portanto, é agradecer o grande dom que Deus me concedeu. Realmente, na vida quotidiana, simples e sem holofotes, escondem-se grandes riquezas que nem sempre reconheço.

 

Porém, não podemos nem devemos esquecer que esta minha, e talvez também vossa normalidade permanece, de facto, para muitos dos nossos irmãos, uma miragem desejada e invocada de todo o coração.

 

Como se carateriza?

 

Na unidade da família, na serenidade das relações, ainda que por vezes exigentes, familiares, com os colegas de trabalho, vizinhos e conhecidos; na existência de um lar e um trabalho digno, na saúde... 

 

Esta normalidade nem sempre está presente em todas as famílias que, apesar de a desejarem e de a invocarem do céu, experimentam a sua falta.

 

A esperança para este novo ano é pois, crescer na consciência dos dons recebidos, na capacidade de agradecer, desenvolvendo uma maior disponibilidade para me empenhar, de forma concreta e eficaz, no bem pessoal e no bem dos outros. 

 

Os dons do Céu, de facto, não nos isentam da laboriosa responsabilidade de os salvaguardar e de os devolver, fazendo-os frutificar segundo as possibilidades e a medida de cada um.

 

Que nunca me sinta autossuficiente ao ponto de me fechar aos outros: em breve ficaria pobre. Que a sensibilidade e a abertura humilde e solidária ao outro e às suas famílias menos afortunadas nunca desapareça do meu horizonte.

 

A solidariedade e a proximidade far-nos-ão sempre encontrar mãos e corações amigos, prontos a socorrer-nos nos momentos de provação. Não sabemos o que o futuro nos reserva. Não podemos possuir o amanhã!

 

De uma coisa tenho a certeza: o bem semeado não se perderá e dará frutos a seu tempo.

 

A todos aqueles que fazem o seu caminho comigo: Obrigado!

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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