Todos estamos convidados para uma grande celebração

Crónicas 22 outubro 2024  •  Tempo de Leitura: 3

Uma história que tem quase um século (98). O Dia Mundial das Missões passou por tempos de paz e de guerra, de pobreza extrema e de recuperação económica, de entusiasmo e de pessimismo.

 

No imaginário coletivo, o missionário chega com barba longa e uma mala cheia de histórias extraordinárias. Pronto a estender a mão e recolher algum contributo para a Missão. No fim, ficamos sempre com o nosso estilo de vida em crise, nem que seja por alguns minutos.

 

Hoje tudo mudou bastante! O movimento migratório trouxe-nos os destinatários da missão. E esta nova realidade coloca definitivamente o nosso viver em crise ou fingimos não ver...

 

Saciar a dimensão missionária com uma angariação de fundos, sem dúvida necessários, é o resultado de um passado que sempre nos viu tão generosos, permitindo no entanto, olharmos para a pobreza de longe. O nosso bem-estar e a distância não nos pedia o essencial: a entrega pessoal.

 

Celebrar hoje de novo o Dia Mundial das Missões é urgente e necessário. As consequências são imediatas: dar espaço ao acolhimento, à partilha, à disponibilidade...

 

O que procuro dizer é que não é necessário partir para longe a fim de viver a missão na vida. Podemos fazê-lo aqui na nossa cidade, na nossa aldeia, na nossa paróquia, na nossa rua, com o nosso vizinho. Somos missionários com a oração e com gestos concretos de solidariedade.

 

«A missão para todos requer o empenho de todos. Por isso é necessário  continuar o caminho rumo a uma Igreja, toda ela, sinodal-missionária ao serviço do Evangelho. De per si a sinodalidade é missionária e, vice-versa, a missão é sempre sinodal.» Escreveu o Papa na mensagem para este dia.

 

A consequência imediata é a sinodalidade: estar juntos, viver juntos.

 

A missão tem a sua razão de ser na criação de comunidade. Criamos comunidade na partilha. Convocada pela Palavra, a comunidade cristã torna-se o tempo e o lugar onde Deus age. Por isso, cada um é chamado e responsabilizado, graças ao seu batismo, a dar testemunho da sua fé através da vida partilhada

 

«Oxalá todos nós, batizados, nos disponhamos a sair de novo, cada um  segundo a própria condição de vida, para iniciar um novo movimento missionário, como nos alvores do cristianismo.» Idem.

 

O Dia Mundial das Missões tem um valor indiscutível para superar o egocentrismo e o individualismo. Abre horizontes. Restaura a beleza de nos fazer sentir uma comunidade unida e fraterna. 

 

Todos estamos convidados para uma grande celebração: o banquete de Jesus. 

Licenciado em Teologia. Professor de EMRC. Adora fazer Voluntariado.

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