O que se passa comigo?

Crónicas 7 dezembro 2024  •  Tempo de Leitura: 2

A vida é especialista em pregar partidas, em virar os dias ao avesso, e a provocar sentimentos estranhos e pensamentos absurdos. Ainda bem que é assim. De repente damos por nós a ter comportamentos a que não estamos habituados, a reagir de forma menos pensada, a chorar por tudo e por nada e a perguntar- o que se passa comigo? Parece que não me conheço. E será que nos conhecemos mesmo?

 

Costumo dizer que apenas na tempestade sabemos reconhecer a nossa força, a nossa liderança e a nossa capacidade de resistir. O problema é que nem sempre estamos preparados para a tempestade, e mesmo quando estamos, parece que as ondas são intermináveis e, quando estamos a ganhar fôlego, vem outra onda… e temos de lutar novamente para nos manter á tona. Parece interminável…cansa…desgasta, e torna-nos pessoas diferentes. Mesmo tendo sobrevivido às ondas ficamos com mazelas que nos limitam a resistência para outras tempestades, mas também podemos ter aprendido a lição e, de umas ondas para as outras, podemos socorrer-nos de instrumentos capazes de prever o que vai acontecer e de nos proteger para a próxima. No entanto, as tempestades abrem feridas que se agravam quando não conseguimos saborear as marés calmas, refletir e preparar os dias menos bons.

 

Agravam-se quando procuramos os nossos companheiros de barco e não os vemos.

 

Agravam-se quando percebemos que as nossas atitudes são mais marcadas pela tristeza e rancor do que pelo bom que a vida tem.

 

Agravam-se quando não vemos “terra à vista” ou quando regressamos a terra e não temos com quem partilhar as peripécias da viagem.É que por vezes o que se passa contigo, depende demasiado do que o que se passa à tua volta.

 

E tu amiga?

O que se passa contigo?

Raquel Rodrigues

Cronista "Cartas a uma amiga"

Raquel Rodrigues nasceu no último ano da década 70 do século passado. Cresceu em graça e em alguma sabedoria, sendo licenciada em Gestão, frequenta o mestrado em Santidade: está no bom caminho!

Aproveita cada oportunidade para refletir sobre os sentimentos que as relações humanas despertam e que, talvez, sejam comuns a muitas pessoas. A sua escrita é fruto da vontade de partilhar os seus estados de alma com a “amiga” que pode bem ser qualquer pessoa que leia com disposição cada uma das suas cartas.

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