Nunca foi nem será uma tarefa fácil
Ainda há bombas nas cidades, ainda há massacres de inocentes, ainda há a arrogância dos poderosos, ainda há vontade de domínio, ainda há uma onda de gente com fome, ainda há danos no planeta, ainda há promessas de que tudo ficará bem...
Guerras em 52 estados do mundo. O número de vítimas cresceu para 170 mil em 2024.
A situação geopolítica internacional é grave. Precisamos de uma paz baseada na proteção dos direitos e não na lógica do mais forte. Temos ainda a pobreza, a degradação ambiental, a especulação financeira, o tráfico de seres humanos, o mercado de armas...
Mas é neste cenário que encontramos homens e mulheres que não cedem ao pessimismo e à indiferença.
Não desarmam!
Não são otimistas daqueles que assobiam alegremente na ignorância, que se deixam fascinar pelas luzes efémeras da passagem do Ano, que viram as costas perante realidades dolorosas, ou se deixam rodear com a ilusão do materialismo.
São homens e mulheres que, tal como outros, que muitas vezes também ficam desorientados, desiludidos, desapontados e que se questionam sobre o significado de tudo o que acontece.
São pessoas que atravessam as crises que tornam o caminho do homem cada vez mais incerto, que avançam na complexidade e na dificuldade ancoradas naquela Esperança que não provém do calculismo ou das previsões humanas, mas surge da confiança mútua entre o Homem e Deus.
A Esperança tem esta estranha característica de falar do que não existe, mas ao mesmo tempo está intimamente presente na preparação de cada projeto e atividade. Por isso é uma virtude difícil, porque tem a ver, como disse São Tomás de Aquino, com o bem árduo, não imediatamente disponível e, no entanto, indispensável para uma vida que valha a pena ser vivida.
Esperar é um ato de amor. Um ato que não ignora nem desvaloriza o realismo e o pessimismo. Mas não se resigna! Transforma-se na prova de que o declínio da Cristandade corresponde ao nascimento de um Cristianismo que, com pensamento e vida, com reflexão e ação, conta a um mundo desorientado e, tantas vezes frustrado, as razões daquela Esperança que dá o sabor da eternidade à história do Homem.
Esperar é saber que tenho realmente algo de útil para fazer, ou seja, continuar a encontrar uma oportunidade de amar em tudo e em qualquer circunstância.
Nunca foi nem será uma tarefa fácil.
Bom Ano.
Bom Jubileu.