«Morreram e ninguém lhes disse»
São recorrentes as críticas ao Papa Francisco. Sobremaneira do seio da Igreja, que se sente “ameaçada” pelas palavras, desafios e gestos com “sabor” a Evangelho!
Para muitos, o Papa, figura na Igreja, era intocável, inquestionável, inviolável! Mas pelos vistos desde que os Pontífices dissessem e fizessem aquilo que gostavam de ver e de ouvir!
Agora tudo questionam!
De tudo apelidam Francisco!
Tudo discutem e colocam em questão!
Eminências “pardas” colocam dúvidas!
“Doutos” teólogos, pastores, leigos, fazem manifestos e buscam assinaturas e seguidores para “provarem” as heresias do Papa!
Como se costuma dizer, estes venerandos senhores e senhoras, morreram já e ninguém lhes disse!
Morreram para a “verdadeira liberdade” ao dogmatizarem opiniões e verdades pessoais, em detrimento da comunhão e da unidade da Igreja. Ficaram presos a “esquemas” teológicos, moralistas, jurídicos, que apenas agrilhoam consciências, corações, vidas... De facto, morreram e ninguém lhes disse!
Morreram para a humildade!
Quando se arvoram em senhores, sábios, doutores, de tudo e acima de todos - inclusive e sobretudo do Papa - esquecem a mais nobre das virtudes e co-habitam na órbita dos seus umbigos religiosos, espiritualistas, sobranceiros e presunçosos!
Morreram já e ninguém lhes disse!
Morreram para a caridade!
Debruçados que estão sobre as normas e as regras, as suas conveniências espiritualizantes e os seus “saberes” únicos e definitivos, facilmente caiem na ofensa, na maledicência, na calúnia e na difamação. Em nome da caridade não o será certamente!
Já morreram e ninguém lhes disse!
Morreram para a ternura e a misericórdia!
De olhos fixos e imutáveis sobre “doutrinas” e “tradições” que demasiadas vezes esquecem o coração e a vida concreta, decidem quem está na posse da verdade, quem pode - ou não - receber a Eucaristia, quem professa o verdadeiro credo ou é apóstata ou herege! Vale tudo para essas “inteligências” iluminadas e esses “cristãos” envernizados!
Morreram e ninguém lhes disse!
Morreram para o serviço e a simplicidade!
Obcecados que estão nas suas “verdades”, afincos que vivem nos seus “estudos teológico-espiritualistas”, já não conseguem entender que Evangelho e Reino de Deus são sinónimo de serviço, de lava-pés, de mandamento novo, de caridade fraterna!
Morreram e ninguém lhes disse!
Sim, prefiro uma “Igreja acidentada”, “suja”, com “cheiro a ovelhas”, que grupetas de pseudo-intelectuais com odor a naftalina!
Uma Igreja que caminha ao lado dos homens - de todos os homens - sem medo nem vergonha de dar a mão e o coração a quem caiu nas estradas da vida, sussurrando-lhes que Deus é amor, perdão, abraço, misericórdia.
Uma Igreja que vive, ferida, “hospital de campanha”, mais imensamente mais que um conjunto de gente já morreu e ninguém lhes disse!
Prefiro ser mais uma Igreja que se debruça diante dos irmãos caídos que ficar especado e “estupefacto” porque o Papa não responde a “dúvidas”, a “provocações”, a “mundanidades” pintadas de religioso e de sagrado.
Santo Padre, com cada gesto, com cada palavra, com cada atitude, com cada abraço, já respondeu a estes novos farisaísmos que grassam no coração da Igreja que guia, ensina e encaminha para o Céu.
Com cada proposta, cada silêncio, cada “novidade” e cada “surpresa”, está a responder categoricamente a estas ilusões e estes snobismos que já morreram e ninguém lhes disse!
[©Padre António Teixeira]