Desafios da fé: Mai-pen-rai
De certa forma todos precisamos de um pouco deste mai–pen-rai (não tem importância) nas nossas vidas.
A religião católica chama-nos a ter uma vida de paz, de calma, em que damos tempo uns aos outros, a nós próprios e a Deus. Uma vida em que as preocupações têm limites porque afinal é Ele quem decide e na nossa existência mundana acabamos por nos esquecer disso. Seria tudo tão mais fácil se deixássemos nas Suas mãos muito do que nos apoquenta, para não dizer tudo. E como, se não bastasse ainda temos arrelias com situações sem importância: o trânsito, o colega mal disposto, a pressa do vizinho. Deixamos que estas pequenas situações influenciem o nosso estado de espirito e nos irritem, afastando-nos do melhor de nós.
Aqui é diferente. Calma, relax (sabai-sabai). Não tem problema, não tem importância (mai-pen-rai). Este espírito descontraído nota-se em tudo. Absolutamente tudo! E ai de quem tente impor outro ritmo! Está demasiado calor… É simplesmente assim. Na forma de vestir, nos horários que não se cumprem, no andar de mota sem capacete, no atrasar constante de qualquer prazo e na falta de planos para a vida, porque os dias são para viver um de cada vez.
Tudo sem stress. Tudo zen.
Devido à doutrina Budista, no sudeste asiático acredita-se que um problema é algo temporário e imaterial. Esta corrente defende que para resolver um problema deve analisar-se com frieza a sua causa e limitar a nossa preocupação àquilo em que temos influência. Desta forma muito do que consideramos à primeira vista algo preocupante, deixa de o ser. Parece fácil, mas nem sempre é. Em suma, dar relevância a pequenas chatices do dia-a-dia é considerada uma perca de tempo. É preciso espaço para apreciar os momentos.
Neste início de advento dei por mim a refletir sobre a correria típica do Natal, quase imposta… É caso para dizer sabai-sabai. Votos de um Natal descontraído.