A Quaresma em tempos de pandemia

Razões para Acreditar 22 fevereiro 2021  •  Tempo de Leitura: 2

Na quarta-feira inicia-se o tempo da Quaresma. Ele é muito significativo para os cristãos porque prepara a sua festa maior, a Páscoa. No ano passado, em Portugal, ainda se pôde celebrar a Quarta-Feira de Cinzas. Este ano, porém, inicia-se a Quaresma em confinamento, com a esperança de que as restrições possam ser aliviadas para a celebração da Páscoa.

 

Tal como no ano passado, este vai ser um tempo de privação da Eucaristia para a maior parte dos católicos. Mas isso não os impede de viver com maior intensidade e profundidade as atitudes quaresmais do jejum, da oração e da esmola.

 

Na mensagem para a Quaresma, o Papa Francisco apresenta essas atitudes como o "caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração)". Estes permitem ao cristão "encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa".

 

Para o Papa, o jejum é mais dos que a privação do alimento. "Jejuar significa libertar a nossa existência de tudo o que a atravanca, inclusive da saturação de informações - verdadeiras ou falsas - e produtos de consumo, a fim de abrirmos as portas do nosso coração" a Jesus.

 

Neste contexto de pandemia, o Papa reconhece que "falar de esperança poderia parecer uma provocação". Contudo, para um cristão o "tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência". A esperança alimenta-se do diálogo íntimo com Deus. E testemunha-se através de "palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam".

 

Mais do que dar, a esmola é dar-se. Francisco desafia os cristãos a "cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de covid-19".

 

Mais do que recordar a vivência tradicional da Quaresma, o Papa, à maneira de Jesus Cristo, desafia os crentes a procurar o sentido profundo das atitudes quaresmais e a atualizá-las à pandemia que vivemos.

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