São estes os dias em que os cristãos vivem os momentos fundamentais e fundantes da sua fé. Inicia-se na tarde de Quinta-Feira Santa, com a celebração da Última Ceia de Jesus com os apóstolos. Foi nela que Jesus instituiu a Eucaristia e lavou os pés aos seus discípulos, num gesto supremo de serviço, pois era uma tarefa reservada aos escravos.

Na Sexta-Feira Santa, sobe-se ao Calvário para acompanhar Jesus até à sua crucifixão e morte.

Sábado Santo é o dia em que se experimenta a ausência do mestre, em sintonia com os sentimentos de desilusão e desorientação dos primeiros discípulos. Mas é também um dia vivido na expectativa e na esperança num Deus que nunca abandona os seus e que cumpre as suas promessas.

Aqueles que confiam e acreditam, como Maria, não verão as suas expectativas defraudadas. Rejubilarão com a alegria da Ressurreição, solenemente proclamada e vivida na Vigília Pascal.

Na audiência que antecedeu o Tríduo Pascal, o Papa Francisco explicou o significado e a importância destes três dias para os cristãos.

O Papa desafiou os cristãos a olhar para o Cristo Crucificado e ver nele projetados todos "os cordeiros imolados" do nosso tempo: "O sofrimento dos doentes, dos pobres, dos descartados deste Mundo". Instou todos a contemplar o Crucificado e a fazerem a lista "de todas as guerras travadas neste momento; de todas as crianças que morrem de fome; das crianças que não têm educação; de povos inteiros destruídos pelas guerras, pelo terrorismo". Lembrou, ainda, as "pessoas que, para se sentirem um pouco melhor, precisam da droga, da indústria da droga que mata".

Vemo-los no Crucificado e somos desafiados a transmitir-lhes que Deus nunca os abandona. É essa a certeza que a Ressurreição gera em nós, os crentes, e nos leva a fazermo-nos próximos dos que sofrem.

O Papa não quer que nos limitemos a contemplar o Crucificado ou o sofrimento humano. O Papa incita-nos a combater com a certeza, que advém da Ressurreição de Cristo, "de que o bem sempre triunfa sobre o mal, a vida sempre vence a morte".