Ser santo é ser original e único
Ser santo, como erroneamente se pensa, não é ser perfeito. Porque perfeito só Deus. Ser santo, numa perspetiva cristã, é desenvolver uma cada vez maior fidelidade à missão que Deus lhe quer confiar na terra. É dar muitos tropeções e tantas quedas, mas nunca desistir de insistir em fazer o bem. Deus não confia a mesma missão a duas pessoas: cada uma vive em circunstâncias diversas e tem características próprias. Por isso, responder ao desafio implica, necessariamente, ser original.
A Igreja reconhece que muitos homens e mulheres, pela forma como viveram a sua fé e a fidelidade ao projeto que Deus lhes quis confiar, se santificaram e, por isso, proclama-os santos. Eles são exemplos para todos os crentes.
Os santos são propostos pela Igreja aos fiéis como modelos a imitar. Mas atenção! Não são para copiar, como recordou o Papa Francisco aos acólitos portugueses: "Quando se fala em imitar os santos, não significa copiar o seu modo de ser e de viver a santidade: há testemunhos que são úteis para nos estimular e motivar, mas não para procurarmos copiá-los, porque isso poderia até afastar-nos do caminho, único e específico, que o Senhor predispôs para nós".
Estas são palavras que o Papa escreveu na Exortação Apostólica sobre a santidade e que repetiu na que dirigiu aos jovens, depois do Sínodo a eles dedicado. Francisco relembra: "Fazeres-te santo e tomar-te mais plenamente tu próprio, aquele que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia".
Quando alguém descobre para o que está feito, ainda que enfrentando grandes contrariedades, entra no caminho da santidade, que, no fundo, é o da felicidade. Esse caminho o crente pode iniciá-lo aqui e agora, mas só se efetivará plenamente junto de Deus.