Antes procurava-se esconder as debilidades e as enfermidades do Sumo Pontífice. Com João Paulo II inverteu-se essa tendência e o Mundo pôde acompanhar, a par e passo, o envelhecimento e o declínio do Papa até ao seu último suspiro.

Nestes dias tem sido colocada na Internet informação detalhada sobre como correu a operação do Papa e como se está a desenvolver este período pós-operatório. Para além dos dados clínicos, soube-se que o Papa ficou comovido com "as numerosas mensagens de carinho" que recebeu e exprimiu a sua gratidão pela "proximidade e a oração" de inúmeros fiéis. Tê-lo-á impressionado o vídeo que lhe enviaram os participantes nas atividades de tempos livres promovidas pelo Vaticano para os filhos dos seus trabalhadores. Durante três minutos crianças e adolescentes, dos 5 aos 13 anos, dançam e cantam uma música com o título "Força Francisco" em que dizem "não te preocupes, estamos juntos nesta luta contigo".

O Papa aproveitou a sua situação de debilidade para se solidarizar com as crianças que, no hospital em que se encontra, lutam contra o cancro, tendo-lhes enviado a "sua afetuosa saudação".

Uma das notas de imprensa da Santa Sé, para além de informar que o Papa já dá uns passeios no corredor, que retomou algum do seu trabalho e já celebrou a eucaristia, refere que ele tem sublinhado a "qualidade humana do pessoal médico e sanitário que o atende". Isso tem-no feito pensar em "todos aqueles que, com atenção e compaixão, elegem o rosto do sofrimento, comprometendo-se numa relação pessoal com os enfermos, especialmente com os mais frágeis e vulneráveis".

É importantíssimo, para quem está doente, poder contar, para além da qualidade técnica, com a humanidade e a dedicação dos profissionais da saúde que o Papa tem experimentado. Devemos isso a todos, sobretudo aos mais humildes e desprezados da sociedade.