O ímpeto pós-operatório de Francisco
Todos os meses o Papa propõe aos fiéis, através da sua Rede Mundial de Oração, uma intenção. Neste mês de agosto o seu pedido é que se reze "pela Igreja, para que receba do Espírito Santo a graça e a força de se reformar à luz do Evangelho".
No vídeo que publicou, o Papa explica como vê esta necessária reforma da Igreja. A renovação terá de passar necessariamente pela ação do Espírito Santo em cada um dos fiéis. Para se deixar conduzir pela força do Espírito, o cristão terá de se despir das suas "ideias pré-fabricadas", dos "preconceitos ideológicos", da "rigidez", e avançar "a partir de uma experiência espiritual, uma experiência de oração, uma experiência de caridade, uma experiência de serviço".
Para o Papa, é essencial que cada um se recorde do que Cristo ensinou e procurar "colocá-lo em prática". A reforma da Igreja depende decisivamente do empenho e da renovação de cada um dos seus fiéis.
Qualquer reforma, qualquer revolução, provoca sempre reações e até crises no seio das instituições. O Papa está consciente disto e tem sentido as maiores resistências a algumas das suas iniciativas refundadoras do catolicismo. Encara-as com naturalidade e desvaloriza a crise. Considera que todos os seres vivos têm crises, "só os mortos não entram em crise". Se a Igreja está em crise - é porque está viva!
O Papa prefere pôr a tónica no essencial, como faz no vídeo. Ou seja: a Igreja existe para anunciar Jesus Cristo! Por isso, a sua opção é a de uma Igreja "ainda mais missionária, que vá ao encontro do outro sem fazer proselitismo e que transforme todas as suas estruturas para a evangelização do mundo de hoje".
Será decisivo para o futuro da Igreja cada católico deixar-se renovar pela ação do Espírito. Assim acompanhará o Papa num dinamismo missionário incarnado e adaptado às circunstâncias e aos anseios das mulheres e dos homens deste terceiro milénio.