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São os primeiros a chegar à maternidade e reconhecem de imediato qualquer parecença familiar. Seguram com confiança a fragilidade de um recém-nascido e adormecem birras de sono como mais ninguém. São avós. Andam de mãos dadas pelos passeios. Ficam quietos à beira-mar, enquanto as ondas molham pés pe
Os mais velhos entre nós recordam-no bem. Antes, não se ia de férias. Quando muito, voltava-se aos lugares de origem e, se possível, ficava-se algumas semanas, duas ou três, em casa dos avós ou dos tios, e era tudo. As férias, tal como eram entendidas, eram coisa de ricos. Depois vem o “boom” económ
De muitas coisas Ele lhes falou com parábolas (Mateus 13,1-9). As parábolas saem da voz viva do Mestre. Escutá-las é como escutar o murmúrio da fonte, o momento inicial, fresco, espontâneo do Evangelho. As parábolas não são um remedeio ou uma exceção, mas o extremo mais alto e genial, o mais refinad
Porque é que todos os anos, melhor, todas as vezes, é a mesma história? Porque é que é tão difícil aceitar ser-se orgulhosamente nortenho, e ao mesmo tempo patrioticamente português, convictamente europeu e, sobretudo, entusiasticamente… humano? Porque é que uma qualquer destas pertenças me tem de e
Era o ano de 1915, nos exórdios da primeira guerra mundial, e o então popular escritor polaco, naturalizado inglês também no nome e apelido, Joseph Conrad, publicava um dos seus muitos romances, intitulado “Victory”. Ele fazia referência explícita a um parágrafo, semelhante a uma marcha triunfal, qu
Vivemos num tempo de incúria das palavras, no qual abundam neologismos eufemísticos: fala-se de «guerra preventiva» para definir a agressão militar; recorre-se ao termo «flexibilidade» para falar de desemprego ou despedimento. Mais do que nunca há necessidade de filologia, isto é, de amor pelas pala
Ser criança é uma etapa que, tantas vezes, demasiado cedo se extingue. Acontece quando esse fantástico vulcão em erupção que transborda de fantasia, invenção, curiosidade, ideias e criatividade é reduzido a um deserto banal privado de vida, a não ser aquela que é induzida pelo mercado.
O que me encanta é Jesus que se maravilha com o Pai. Uma coisa belíssima: o Mestre de Nazaré surpreende-se por um Deus sempre mais fantasioso e inventivo aos seus olhos, que surpreende todos, até o seu Filho.
A palavra “amor” é talvez abusada, e todavia necessária para dizer aquilo que pode salvar a nossa vida, ou, se o amor é negado, conduzi-la à morte. Amar e ser amado é o que dá sentido a uma vida ou lhe elimina o significado, a orientação. Como conhecemos o amor? Conhecemo-lo mesmo antes de vir ao mu
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