a sua categoria: ""
Detemo-nos ali, quantas vezes, a existir, a observar. Sem participar. As soleiras da porta são locais de indefinição. Nem se entra, nem se sai. Observar a paisagem torna-se o exercício constante, na soleira da porta. Existe-se. Mas não se vive.
Andamos à procura do que não existe e do que não foi sequer inventado. Não nos sobra tempo para grande coisa mas parece-nos, ainda assim, suficiente para procurar algo sem nome nem rosto que não sabemos definir muito bem.
A data a que me refiro é o 5º Centenário da Reforma Protestante. Passaram 500 anos desde que Martinho Lutero afixou nas portas da catedral de Wittenberg, as 95 teses que contestavam a prática de venda das indulgências. Se bem que os historiadores estão de acordo que Lutero não queria fundar uma nova
Enchamos a nossa alma de nomes, rostos e pessoas. Desbravamos caminhos. Muitas são as casas que vemos e ainda não conhecemos. Sabemos porém que em todas elas existem histórias do amor de Deus.
O sofrimento convida à mudança no sentido de estarmos mais atentos aos outros. Contudo, a muitos apenas os torna mais distantes, frios e indiferentes. Mas como pode alguém ter paz sabendo que há outros, iguais a si, que não a têm?
Temos imensa dificuldade em pedir aquilo que nos alimenta a vida. Existe, em nós, um tremendo medo em assumir que só nos completamos nas relações e que, para isso, precisamos de nos entregar.
A literatura de Flannery O’Connor visa desestabilizar a respeitável audiência moderna que pensa que Deus está morto
Às vezes, nos mesmos lugares de sempre e com as mesmas pessoas de sempre, há alguém que nos soa diferente. Um rosto repetido mas que, na realidade, nunca antes tínhamos visto. “Conheço-te de algum lado”.
Nestes dias voltei a ler um pequeno conto de autor desconhecido e que aqui transcrevo: