Os Jovens estão presentes no Sínodo sobre a Juventude?
Ao ler aqui no iMissio as palavras do Papa Francisco no encontro com os jovens do passado sábado, senti a necessidade de escrever o que penso sobre este Sínodo que está a decorrer no Vaticano de 3 a 28 deste mês, com o lema: "Jovens, a fé e o discernimento vocacional".
Para já, o que é um Sínodo dos Bispos? O Sínodo foi instituído pelo Papa Paulo VI a 15 de setembro de 1965. Foi uma resposta ao desejo de manter viva a experiência do Concílio Vaticano II, onde todas as culturas e espiritualidades tiveram a oportunidade de se expressar. procurando perspetivas concretas para que a Igreja possa fazer o seu caminho na diversidade. Com a Constituição Apostólica "Episcopalis Communio", de 15 de setembro de 2018, o Papa Francisco, alterou algumas regras de funcionamento destas assembleias. Os Sínodos devem ser o resultado de uma extensa consulta aos fiéis nas diversas dioceses.
Claro que esta última alteração ainda tem "o seu caminho a fazer". O Sínodo continuará a ser "dos Bispos", pelo seu papel de pastores, mas não poderá não ser um acontecimento que envolva toda a Igreja. Francisco quer transformar estes Sínodos em acontecimentos pontuais de processos de discernimento, articulados naqueles 3 passos que aparecem na "Evangelii Gaudium": reconhecer, interpretar e escolher. Curioso é que o primeiro Sínodo com estas novas regras, seja sobre a Juventude.
Para reconhecer é preciso escutar com humildade os jovens. É esta escuta que proporciona o diálogo. Por isso o Papa alerta para perversão do clericalismo e o vírus da autossuficiência. Para interpretar é preciso ouvir o outro e as suas opiniões que podem ser diferentes da minha. O primeiro fruto do diálogo é este mesmo: abrir-se à novidade; estar pronto a mudar de opinião diante do que se ouviu do outro. «Sintamo-nos livres para aceitar e compreender os outros e, consequentemente, para mudar as nossas convicções e posições: é sinal de grande maturidade humana e espiritual.», disse o Papa na abertura deste Sínodo.
Porém o clericalismo e a autossuficiência não são um mal apenas dos clérigos e consagrados. É um mal que pode "apoderar-se" de qualquer cristão! Para escutar o outros, todos temos que libertar coração e mente de preconceitos e estereótipos. Se pensamos que já sabemos o que o outro é e o que quer, não conseguiremos ouvi-lo, de facto!
Os jovens são uma parte integrante e fundamental da missão da Igreja no anúncio do Evangelho. O primeiro objetivo que se pretende com este Sínodo, é o cuidar profundamente destes. É crescer como Igreja na capacidade de acompanhar cada jovem, sem excluir nenhum, para que possa alcançar uma vida plena.
E este é um trabalho de todo e qualquer cristão através do testemunho de vida, no anúncio e na vivência do evangelho. Como li algures, "temos que parar de desejar o bem e começar a praticá-lo". Este chavão é válido para com os jovens. Direi: essencial com eles!
Boa semana e rezemos pelo Sínodo.