À escuta...
Estamos prontos, já, para falar?
Será que o coração está sintonizado,
Apaziguado, silenciado até, para Te ouvir?
Agora, que as folhas do livro se viram,
E se fecham ciclos.
Que espero novas décadas, novas idades, novas estações,
Fala-me de Ti.
Fala-me de mim em Ti.
Fala-me do que ainda queres que escrevamos juntos.
Que missões, mundos, vidas, há a visitar?...
É assim que tudo recomeça, não é?
Deixar secar as lágrimas,
Esgotar as perguntas,
Esvaziar as mágoas.
Olhar à nossa volta e agradecer.
O que veio, o que não veio.
O que há, o que já não há-de vir ou se perdeu.
E entregar tudo...
De novo abrir os olhos e ver.
Deixar entrar, bem fundo, o ar fresco.
E perceber que há tanto, sempre, à nossa espera.
Que há mesmo histórias a precisar de nós para serem escritas.
Que há abraços prometidos a quem ainda nos espera, sem nos conhecer.
Que em algum lugar (ou em tantos) estás também Tu à nossa espera, para cumprires a Tua promessa
De fazeres brotar, em nós, a vida sem fim...
Aqui me tens, então, à escuta...