Construir
Em breve deixaremos sair mais um ano do calendário.
Cada folha que passou,
Do amanhecer ao pôr-do-sol,
Cimentou mais um tijolo nesta construção interior que somos.
Houve tijolos coloridos, cheios de luz,
Tijolos suados, presos quase à força neste empedrado.
Tijolos pensados, planeados, intuídos, sonhados até...
E tijolos que ficaram presos sem sabermos bem como, tão rápida e estranha foi a sua passagem.
Virão, em breve, formas novas, com novo número timbrado, para moldar a massa que nos faz.
Que ultrapassemos as retóricas dos planos de Ano Novo,
E atravessemos de forma consciente a mudança no calendário.
Para que os nossos tijolos não sejam afinal parte de um muro que nos isola,
Mas se usem antes para refazer ruínas, e levantem, à nossa volta, estruturas de encontro e abrigo para qualquer um que passe ao nosso lado!
A todos um Ano Novo feito de (boas) construções!