A Essência do Natal (1)
Num destes dia, perguntavam sobre a essência do Natal…
Este fim de semana participei às 18:30 na missa do primeiro domingo de Advento da Igreja de São Mamede em Lisboa. Qual o meu espanto ao ver que a iluminaria natalícia da Rua da Escola Politécnica só começava do cruzamento da Rua Nova de São Mamede em direção ao Príncipe Real. O Largo de São Mamede ficou despojado de qualquer iluminação. Não fora a Igreja estar iluminada, qualquer cidadão desconhecedor, não se aperceberia que ali se localizava um lugar de culto cristão. Não sei qual a razão…
De qualquer forma, pareceu-me um sinal dos tempos. O deus dos nossos natais parece ser a economia, o negócio, em suma, o dinheiro. Por isso se iluminam os locais de comércio. O Jesus esconde-se na penumbra…
É um problema? Sim e Não!
SIM, se com isto, andamos a enganar as pessoas com uma falsa felicidade. Se com isto, educamos para uma felicidade do consumo, do ter e não do ser. Se com isto, mentimos às pessoas que a felicidade está no exterior e não no interior de cada um. Se com isto, estamos a dizer que a nossa felicidade é um Eu e não um Nós…
NÃO, se conseguimos dizer que Jesus é a verdadeira luz que ilumina o nosso caminhar. Se conseguimos imitar Jesus que prefere a humildade de um presépio. Se conseguimos procurar o Menino no nosso interior. Se conseguimos ver como os humildes pastores o nascimento deste Deus que quis viver a nossa condição e a todos quis salvar…
A essência do Natal é esta capacidade de, vivendo em nós a esperança de um amanhã feliz, conseguir projetá-lo no e para o outro.
Pouco interessam as iluminações das ruas, as decorações das igrejas e das nossas casas, o que vamos comer e vestir ou o que vamos dar como presentes, se em nós, no nosso interior não tenha já nascido esta esperança que é Jesus na manjedoura. Só depois disto é que todo o resto faz sentido. Caso contrário andamos a enganar-nos e a enganar os outros com uma felicidade de fachada que acabará, mais uma vez, nos inícios de janeiro.
E o Advento que agora iniciamos, é nada mais, nada menos, do que a preparação deste encontro connosco, com os outros e com Jesus.
Um santo Advento.