Quantos anos-luz te separam daquilo que queres ser?
O universo faz malabarismo com o nosso coração entre espadas e paredes. Entretém-se a brincar com as nossas vontades, com os nossos planos, com os castelos que julgamos ser capazes de construir sem a ajuda de ninguém.
O universo faz malabarismo com o nosso coração e não parece ter pena dela. Ocupa o seu tempo connosco, puxando linhas que não vemos e que nos fazem remar sempre mais para a esquerda ou mais para a direita. Sempre para o lado um bocadinho mais errado do que devia ser. Do que podia ser.
É quando o universo se retira para uma ou outra sesta que nos julgamos donos do mundo. É aí que nascem todos os problemas: quando acreditamos que podemos tudo, sabemos tudo e somos capazes de tudo. É quando o universo vai dormir que nós acordamos. É quando a vida se distrai que nós parecemos querer estar mais atentos. Lamentavelmente, não queremos estar atentos ao lado-luz. Quando nos sentimos capazes de enfrentar tudo e todos, descobrimos forças quase perigosas. Sentimo-nos imbatíveis. Inigualáveis. Quando treparmos à cauda dessa luz-falsa, é tempo de cair. Essa luz não será mais que uma estrela cadente. Uma luz que morta que só ilumina quem, ainda, a quer ver.
Somos parvos quando achamos que podemos tudo, sabemos tudo e somos capazes de tudo. É aí que corremos perigo. Qual? O de deixar de ser humilde, o de deixar de estar do lado certo da luz.
Se estiveres a sofrer deste síndrome de super-herói, desce da estrela. Estás a anos-luz do que deverias ser.