O Celibato Sacerdotal
O tema da reflexão de hoje está longe de ser aceite por unanimidade dentro da Igreja. A questão de homens casados acederem ao sacerdócio voltou novamente às manchetes dos meios de comunicação social por causa do Sínodo sobre a Amazónia.
Um dos maiores problemas da Amazónia, além daquele ambiental, é a falta de clero. Uma preocupação dos bispos brasileiros que por diversas vezes o têm expresso com um sentimento de grande tristeza. Existem aldeias que pelo facto de estarem separadas por centenas de quilómetros, passam meses sem um padre para celebrar a Eucaristia. Em algumas comunidades a Missa celebra-se uma vez por ano ou ainda menos. Problema que se tem agravado. A crise de vocações sacerdotais nos países de cultura ocidental não tem permitido o envio de tantos missionários como no passado.
Pessoalmente, vejo este problema amazónico a estender-se um pouco por todo o lado… Portanto, o que chamamos de "padres casados" pode ser uma "solução" para moderar esta necessidade. O Não que muitos cristãos colocam ainda antes de iniciar um diálogo sério sobre o assunto, deixa-me estupefacto!
Sinceramente, fico espantado com a firme oposição manifestada por alguns cristãos e ainda mais por alguns cardeais, pertencentes na sua maioria "à frente tradicionalista". Estes têm feito oposição ao Papa Francisco que está deveras preocupado com a falta de ministros da Eucaristia. Os ditos cardeais já referiram por carta pública que a ordenação de homens casados é uma ameaça, como que de uma heresia se tratasse e como tal deve ser combatida.
Da minha licenciatura em Teologia aprendi que a Igreja existe onde a Eucaristia é celebrada e vivida. Aprendi também que o celibato é uma norma da Igreja e não um dogma de fé. Aliás, se os católicos estivessem mais bem informados, saberiam que esta norma (o celibato obrigatório) é vivida apenas na Igreja Católica de rito latino. Os católicos de rito oriental, sempre conservaram o celibato e a ordenação de homens casados.
Como é que podemos aceitar que inteiras populações venham a ser privadas da possibilidade de participar na celebração da Eucaristia, se não alterarmos esta norma?
Vale a pena pensar nisto!