Brilho
Há quem pense no glamour dos holofotes, no cintilar das jóias, dos sorrisos que reflectem a luz dos flashes que tornam, por instantes, os dentes brilhantes.
Há quem pense nas luzes que povoam as ruas em dias de festa. E se estiveres num ponto alto que mira sobre uma cidade iluminada experimenta-se o brilho do dinamismo urbano.
Há quem pense nas noites límpidas num descampado, olhe para o céu e desfrute do brilho das estrelas, ou da Lua que ilumina tudo à nossa volta com um tom suave e envolto em mistério.
Há quem pense no reflexo. Seja o que vê pintado no seu automóvel, ou no seu smartphone com um design sem arestas, suave ao toque, de tal modo que nos custa separar dele, ou no caso do carro que lhe toquem.
Há muitos e diferentes motivos para que o brilho produza impacte na nossa vida, ou seja expressão de algo que faz parte do nosso viver. Mas eu penso num brilho muito particular.
O brilho do olhar.
Penso no brilho dos olhos de quem chora. Pode ser de alegria pelo nascimento de um filho. Pode ser de tristeza pela partida de um ente querido.
Penso no brilho dos olhos de quem se realiza. Pode ser pelo emprego há muito sonhado. Pode ser de paixão pelo grande amor da sua vida ter encontrado.
Penso no brilho dos olhos porque o vi recentemente numa pessoa jovem e percebi nele o seu significado profundo.
O brilho nos olhos de alguém exprime a inconfundível experiência de que algo dentro de si está a mudar. E a mudança é o que imprime ritmo evolutivo à nossa vida e nos leva a descobrir a vontade de viver.
O brilho precisa de luz e de algo que reflicta. A Luz está sempre presente, mas nem sempre encontra algo no qual possa reflectir, dando-lhe brilho.
Deus é a Luz. Tu és quem a pode reflectir. Basta purificar o olhar e deixar a Luz dentro de ti, brilhar.