Se puderes, muda!
Se puderes, muda. Não te agarres ao que já havia e ao que já tinhas. Olha para cada coisa como se fosse a primeira vez.
Se puderes, muda. Corta as raízes velhas que te prendem ao mesmo-de-sempre e volta a plantá-las num pedaço de terra novo e fresco.
Se puderes, muda. Respira fundo, fecha os olhos com a força que têm as marés e guarda-te de pensar tempestades ou outro tipo de tormentas.
Se puderes, muda. Atravessa a estrada com cuidado. Atravessa a vida dos outros com calma, mas atravessa a vida e os dias como quem (já) não tem nada a perder.
Se puderes, muda. Descobre aqueles traços teus de que não te orgulhas assim tanto e vê o que podes aprender deles e com eles. Se puderes, transforma-os em desenho novo.
Se puderes, muda. Não te inquietes tanto. Não te deixes perturbar tanto. Não oiças tanto o que os outros têm para dizer. Agarra-te bem a todas as coisas certas, valiosas, pequenas e importantes. Confia mais. Sossega mais. Entrega-te mais.
Se puderes, muda. De cenário. De rua. De casa. De vida. De objetivos. De perspetivas. De sonhos. De planos. De calendário.
Muda tudo, se achares que deves. Sem olhar muito para trás. A vida não está para quem quer ficar para sempre no mesmo sítio. Há muito mais ali à frente. Há muito mais depois do confinamento. Há muito mais depois de ti. Há muito mais para além de ti.
Se puderes, muda. É das mudanças que nascem todos os milagres que não existiriam se tivesse ficado tudo como estava.