Existem visões fixas sobre as coisas que se assemelham a uma esfera por ser considerado como um sólido perfeito. Mas isso é uma visão uniforme que não corresponde à realidade com toda a diversidade que observamos à nossa volta. Essa realidade expressa-se melhor com uma visão poliédrica com diferentes faces e formas.
Será de esperar que, se cada face representa a unicidade de cada um de nós, e a unidade das múltiplas faces, o poliedro, qual o resultado final quando pensamos num número de faces que aumenta para o infinito? Uma esfera?
Bom, só seria assim se todos estivéssemos à mesma distância do centro, mas... o que é o centro?
É Deus.
Nem todos estão à mesma distância do centro porque a maturidade da união de uma pessoa com Deus é diferente entre as pessoas. E na mesma pessoa, uma vezes estamos mais próximos do centro, outras vezes mais afastados. Por isso, é de esperar que este poliedro feito pela diversidade de todos, na particularidade da união de cada um com Deus, seja dinâmico.
Uma das formas de nos aproximarmos mais do centro, que é Deus, seria aproximarmo-nos mais uns dos outros. E se nos aproximamos, cada vez mais e melhor do centro, porque nos queremos aproximar de Deus, o que fica no final?
Um ponto.
Um ponto não tem dimensão. Ou tem dimensão zero. É um nada, como em Jesus abandonado na cruz. Ou uma concentração infinita de unicidade que pode criar as condições para uma Nova Criação. O início de um novo tempo na história humana. Uma unidade tal que abre a possibilidade de Deus criar, por amor, novas coisas.
Neste sentido, aquilo que podemos esperar se um dia víssemos realizada aquele desejo de Jesus — ”Que todos sejam um” — seria uma grande explosão de amor que daria origem a uma nova criação na história da humanidade. Para já, basta a cada dia viver a face que somos no poliedro da unidade.