Não te atrases: o futuro é hoje e és tu.
Em que tipo de pessoa te estás a tornar?
És capaz de te compadecer da dor do outro, ainda que não a compreendas?
És capaz de oferecer consolo, mesmo quando sentes que os outros não têm assim tanto tempo para ti?
Em que tipo de pessoa te transformaste?
Consegues sair da tua bolha para remendar a bolha de alguém?
Consegues perceber que nem todas as pessoas lidam com os problemas da mesma maneira que tu?
Julgo que nos iludimos. Imaginámos que os novos tempos mudariam as pessoas. Que as tornaria melhores. Mais capazes de sentir empatia.
Julgámos que os novos tempos nos tornariam mais sensíveis. Que nos emocionariam a ponto de pensarmos duas (ou três) vezes sobre o rumo que estamos a dar às nossas vidas.
Julgámos mal. Percebemos tudo ao contrário. Estamos todos iguais ao que sempre fomos ou, até, piores do que alguma vez conseguimos ser. Pusemos uma coroa de ouro branco no nosso umbigo e dedicamo-nos a contemplá-la e a puxar-lhe o lustro.
No entanto, a esperança ainda não tem preço. Ainda não se compra e ainda não está extinta. Muito menos usa máscara.
Não te atrases. Usa a esperança como quem quer levar ao peito uma bandeira de bondade. Usa a ternura como quem quer levar ao peito uma bandeira feita de flores e de abraços.
Não te atrases. O futuro é hoje. E és tu. Somos todos. Quem se demitir da sua responsabilidade está a ser, intencionalmente, menos. Pouco. Muito menos que pouco.
Deixa-te de desculpas. De teorias da conspiração. De conversas de circunstância de quem nunca pratica o que diz. Faz-te ao caminho, de bandeira ao peito. Com a coragem de quem não sabe quando termina a aventura, mas que está disposto a vivê-la até ao fim.
Não te atrases. O futuro é hoje. És tu.
Um dia de cada vez.