O tempo é um conjunto sem fim e eterno de instantes. É o que nos ajuda a definir objetivos, a realizar sonhos, a gerir as nossas agendas, a guiar a nossa vida. Mas há um tempo antes e um tempo pós-pandemia.

Antes da pandemia, vivíamos a correr. Dizíamos que não tínhamos tempo. Compromisso atrás de compromisso, tentar encaixar tudo nas vinte e quatro horas do dia e o que mais se ouvia era: “não tenho tempo para nada”.

Mas 2020 chegou e trouxe consigo a pandemia Covid-19. E, com ela, veio o tempo, o tão desejado tempo. Tempo para pensar, para redescobrir, para renascer. Tempo para criar sonhos e objetivos, tempo para nós, tempo para estar com o outro. Finalmente temos tempo!

Contudo, não estamos habituados a ter tempo. Não estamos habituados a parar, a apreciar a vida, a viver a vida. Não estamos habituados a conviver tantas horas connosco próprios, com os nossos pensamentos, com os nossos medos e sonhos. Não estamos habituados a estar tanto tempo com o outro, a voltar a conhecê-lo e aceitá-lo.

Se pararmos para pensar, passamos anos a dizer que não tínhamos tempo e quando o tempo chega achamos que é tempo a mais. A verdade é que os nossos tempos não são os tempos de Deus. Ele dá-nos as coisas no momento certo, no tempo oportuno. Não nos dá quando queremos e isso é o mais difícil de perceber.

Precisamos de ter vivido tanto tempo a correr para agora valorizar o tempo e descobrir tudo o que podemos fazer com ele. Deus convida-nos a aprender e caminhar no tempo, sem pressas, sem agendas preenchidas. Apenas a viver o tempo!

E o Advento é este tempo especial de preparação, de caminho, de renascimento. É o tempo de ser, de estar, de dar. É o tempo de viver! Estás disposto a vivê-lo comigo?