O que pensas dos outros diz muito de ti?
Gostamos de avaliar os outros com base na nossa própria imagem. Se somos pessoas mais frias e menos extrovertidas, esperamos que os outros sejam assim também e, se não forem, parece-nos estranho ou estrangeiro. Se somos pessoas calmas, de gargalhada fácil e de natural expressão de ternura, esperamos que os outros também (nos) correspondam nessas características e, quando não o fazem, analisamo-los de sobrolho franzido.
O que pensamos dos outros diz muito sobre nós.
Gostamos de julgar antes e confirmar depois?
Gostamos de prever o que o outro vai fazer para agir com base num mistério que pode nem chegar a concretizar-se?
Gostamos de pensar que os outros têm vidas menos complicadas que nós, menos problemas e menos preocupações?
Gostamos de definir o que pensamos com base nas opiniões de outras pessoas?
Ou, por outro lado, conseguimos compreender que as pessoas que conhecemos são (mesmo) como nós?
Ou, por outro lado, conseguimos dar-lhes uma oportunidade para serem como quiserem, sem querer moldá-las à nossa imagem?
Não é fácil querer conhecer alguém. Estar preparado para a desilusão. Para a discussão. Para a diferença de personalidades e feitios.
Na verdade, é mais fácil ficar apenas com aqueles que já sabemos como são. Que já nos mostraram com o que podemos contar.
Ainda assim, talvez valha a pena dar às pessoas que se estreiam no nosso círculo (e na nossa vida) uma oportunidade verdadeira. Para que nos ensinem o que têm que ensinar, para que nos mostrem outras perspetivas e para que nos aumentem à permeabilidade do coração.