Que exemplo és?
Somos perfeitos na arte de julgar. De criticar. De apontar o dedo a quem faz mal. De apontar o dedo a quem faz diferente. De apontar o dedo a quem, simplesmente, não faz como nós.
É-nos mais fácil descobrir o mal nos outros do que olhar para as nossas próprias águas turvas e pantanosas.
É-nos mais simples (e quase inevitável) revirar os olhos às faltas de noção dos outros do que contemplar os nossos desvios do caminho.
Somos exímios a imaginar como faríamos se fôssemos esta ou aquela pessoa. Mas a verdade é que não somos. Nem poderíamos ser. Não vivemos as mesmas coisas. Não experimentámos os mesmos sofrimentos. Não digerimos as mesmas mágoas. Não fomos protagonistas dos mesmos capítulos da história.
Talvez valesse a pena analisarmos melhor aquilo que nos habita por dentro. Talvez fosse mais justo (até para nós!) olhar para os nossos pensamentos, para as nossas atitudes, para os nossos gestos. Na realidade, não nos será possível interferir no que os outros fazem e decidem. Não nos será possível abreviar as consequências das atitudes alheias.
Só podemos controlar e medir aquilo que nasce das nossas raízes. Só podemos ser nós. Fazer o que podemos fazer. Ser o exemplo do que nos ocupa o coração. Não podemos tentar ser mais ninguém. Procura a voz que dorme debaixo do rio que desagua no teu coração. Procura a verdade do que está arrumado entre os contornos da tua alma. Procura a brisa do mar que sossega atrás dos teus olhos. Só depois poderás fazer o que quer que seja.
Valerá a pena lançar-te a pergunta:
Que exemplo dás e és?