Tudo começa e tudo leva à Páscoa
Até ao século III, a Páscoa era a única celebração anual da comunidade cristã. Daí o seu significado teológico: a celebração litúrgica mais importante é aquela em que se comemora a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, que é evangelicamente o centro da nossa fé. “Mas se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé”, escreveu São Paulo, na primeira carta aos Coríntios. (1 Cor 15, 14)
Isto significa que não só a Páscoa, mas todas as celebrações têm no seu centro o mistério da vida de Jesus Cristo e remetem para o desígnio salvífico do Pai, que salvou a humanidade enviando o seu Filho. A Páscoa é a celebração central da nossa fé e todos os ritos da Semana Santa são o acontecimento central do ano litúrgico.
Uma pequena reflexão sobre os Ritos e o Sofrimento.
É fundamental que estas celebrações tenham uma relação concreta com a vida. O rito é um elemento que faz parte da celebração, mas não o fim último da celebração: é um meio que nos ajuda a alcançar a meta da conformação a Cristo. Ou seja, se os ritos não me ajudam modelar a minha vida com aquela de Jesus, não servem para nada. Quando o rito é um fim em si mesmo, torna-se ritualismo vazio e farisaico.
O sofrimento fechado em si mesmo leva-nos ao desespero. A sociedade atual vive uma certa loucura: por um lado, a cultura da produtividade e utilidade tende a ocultar a morte e o sofrimento; por outro, quando tem audiência, realiza uma espetacularização mediática do sofrimento e da morte com toda sua crueza e realismo.
Por sua vez, o cristão sabe que o sofrimento e a morte são sinais proféticos, que se enchem de sentido graças ao Mistério Pascal de Jesus. Em Cristo tanto o sofrimento como a morte estão abertos a um horizonte de vida. E o horizonte é a vida eterna, aquela vida inaugurada pelo Crucificado Ressuscitado.
Votos de uma Santa e Feliz Páscoa!