Não é o que dizes… é como dizes!
Nem sempre sabemos comunicar, com qualidade e empatia, aquilo que precisamos de dizer aos outros. Como vivemos ligados à corrente, a vaguear de um lado para outro sem parar para pensar, as respostas que damos aos outros são condizentes com esse modo de vida. Rápidas. Impensadas. Ríspidas, muitas vezes.
Saber comunicar é uma necessidade de todos e, diria mesmo, uma urgência. Aquilo que dizemos deixa marca na pele do que os outros são e pode, mesmo, marcá-los com efeitos a longo prazo.
Mas, então, devemos optar por nos calar mais vezes? Por nos remeter ao silêncio?
Julgo que não. Talvez valha a pena, em primeiro lugar, pensar antes de falar. Antes de dizer seja o que for. No entanto, e quando tal não seja possível, será importante dizer o que é preciso com a calma que o outro nos parece.
Vejamos: de que nos vale começar a disparar em todas as frentes se a outra pessoa vai ouvir, primeiro, o nosso tom de voz e deixá-lo ressoar dentro de si? Aquilo que se vai ouvir é a forma como se disse: o tom, a frieza ou a ausência desta. A calma ou o fogo. A aspereza ou a suavidade. Só depois, e já quase sem qualquer espaço para receber a mensagem, se vai ouvir o que se disse.
Sendo assim, talvez possamos educar-nos para aprender a respirar fundo antes de falar com alguém. Antes de dizer o que quer que seja.
Na verdade, o que importa não é (muitas vezes) o que se diz, mas, antes, como se diz. Como se transmite o que flutua dentro do coração. Como se diz aquilo que mora debaixo de tudo aquilo que somos e temos.