Não és perfeito!
Não somos perfeitos. Mas não são raras as vezes em que gostaríamos que isso fosse diferente. Que soubéssemos sempre o que fazer, o que dizer… que fosse fácil perceber o que os outros precisam em cada momento. Que todos nos amassem. Que conseguíssemos amar, também, os outros de forma plena, profunda e repleta de tudo o que é bom e bonito.
Também não seria mau se pudéssemos ser uma versão admirável de nós mesmos. Bonitos no exterior, interiormente, saudáveis, seguros e profundamente felizes.
Escrever este “sonho” desta forma quase que nos faz rir. Impossível. Arrisco-me a dizer que ainda bem que é impossível ser perfeito. Ainda bem que não temos sempre as palavras certas ou bonitas. Ainda bem que sabemos o que é ser mesquinho, impaciente, mentiroso ou coscuvilheiro. E, neste momento, já o nosso interior está aos gritos: isso não sou. Isso não. Eu não.
Tu sim. Eu sim. Nós sim.
Todos conhecemos versões menos boas de nós. Momentos menos felizes. Todos temos as nossas partes feias. Escuras. Imperfeitas e toscas. E ainda bem. São as nossas quedas que nos ensinam coisas importantes sobre o que somos e sobre o que os outros são. São as nossas faltas de comunicação e os nossos mal-entendidos que nos ensinam a comunicar melhor numa próxima vez. São as vezes em que não soubemos amar-nos ou amar os nossos que nos ensinam a apurar a nossa vocação para viver em amor e em alegria (ainda que possa haver tristeza e mágoa, tantas vezes).
Não somos perfeitos. Não conseguimos ser tudo, para todos, em todos os momentos.
Não saberemos sempre o que fazer ou como agir.
Não conseguiremos, sempre, ser calmos e devolver alegria.
Não saberemos sempre o caminho a seguir.
Vamos querer desistir. Vamos precisar que nos ajudem e que nos deem a mão.
É esta imperfeição que nos ensinará a ser melhores amigos, namorados, maridos, companheiros e companheiras, colegas, pessoas.
É esta imperfeição que nos mostrará que precisamos uns dos outros para chegar ao que somos de melhor.