Prece à vida!
Que o que nos dói seja breve.
Que o que nos faz felizes perdure para além do tempo que existirmos.
Que a morte seja entendida como degrau para um colo que não passa.
Que a doença nos faça compreender tudo aquilo que ainda falta curar.
Que as saudades seja sinal, apenas, do tanto que se viveu.
Que a guerra se abrevie de todos os cenários em que se atreve, ainda, a rosnar e a fazer sangue.
Que a paz nos adormeça quando tivermos pesadelos e medos com dentes afiados.
Que as árvores nunca desistam de nos dar sombra.
Que o mar não se canse de nos receber os braços cansados.
Que tudo o que nos preocupa se endireite, se ajeite, se resolva e deixe de nos consumir.
Que nunca seja tarde para realizar um sonho. Grande ou pequeno.
Que as últimas palavras que dizemos a alguém que parte sejam sempre boas e de amor. Seja para quem parte em viagem ou para quem parte deste mundo.
Que nunca nos cansemos de fazer o bem mesmo quando o mundo se esquecer de ser bondoso connosco.
Que o cheiro da chuva depois de cair na terra nos lembre sempre das nossas raízes.
Que o falar dos pássaros nos semeie vozes e poemas novos dentro da alma e do coração.
Que a nossa coragem volte, mesmo que nos abandone temporariamente.
Que saibamos viver tudo por amor, com amor e em nome do amor.
Tenha a forma que tiver. Tenha a cara que tiver.
Que saibamos ser felizes no meio do caos.
Que saibamos abrandar quando nos pedem que aceleremos ainda mais.
Que saibamos parar mesmo quando nos atropelarem o caminho.
Que a vida nos dê sempre aquilo que for para nós. E que seja, sempre, bom.