Não esperes pelo Natal!
Não esperes pelo Natal para pedir perdão.
Para dizer que te arrependes e que gostavas de ter sabido fazer melhor.
Para dizer que tens saudades.
Que sentes a falta.
Para pensar mais em ti. Para cuidar melhor de tudo o que és.
Não esperes pelo Natal para dizer:
Amo-te.
Guardo-te comigo.
Gosto muito de ti.
És muito importante para mim.
Desculpa-me.
Esperamos demasiado tempo para atalhar caminho. Enrolamos os gestos mais preciosos na loucura e no caos dos dias e esquecemo-nos de que a vida é um sopro. Que nos assalta a segurança e a paz quando estamos desprevenidos e que não se compadece dos nossos ritmos ou faltas de tempo.
Esperamos demasiado tempo para cuidar de nós. Das nossas feridas e das nossas faltas. Esquecemo-nos muitas vezes de nós para pensar nos outros. Na família. No trabalho. Nos filhos. Nos amigos. Ficamos para último porque foi assim que nos ensinaram. A esperar. A ter paciência. A fintar as dores e as saudades e a deixar-nos para o fim.
Não esperes pelo Natal para fazer o que for preciso. Para dizer o que ainda não foi dito ou para costurar algum coração que tenha sido rasgado.
Não esperes pelo Natal para mudar. Para avançar. Ou para ficar, conscientemente, no mesmo sítio.
Não esperes pelo dia de amanhã para cuidar de quem te tens esquecido.
De ti.
Que esta espera até ao Natal seja um tempo de reflexão, de paz, de acordar da consciência para uma vida mais plena. Mais enraizada. Mais cheia do sentido que, tantas vezes, se perde e se dilui no tanto a fazer.
Não esperes pelo Natal. Que seja hoje.