A importância de viver em verdade
Vivemos tempos em que o fingimento e as aparências parecem reinar com mais força do que os valores e os princípios. É como se nos tivéssemos tornado reféns das nossas expectativas e das expectativas dos outros e nos tivéssemos esquecido daquilo que somos de verdade. Quantas vezes tomamos decisões com base no que os outros querem? No que os outros esperam ou no peso que nos colocam, mesmo sem querer, sobre os ombros e a cabeça?
Quantas vezes temos conseguido honrar as nossas vontades, as nossas necessidades e quantas vezes temos conseguido responder com verdade à pergunta:
“De que é que precisas, realmente, neste momento?”
Não precisamos todos das mesmas coisas nem ao mesmo tempo. Enquanto alguém ao nosso lado pode estar a viver no auge da produtividade e do empenho, nós podemos estar a esvaziar o balão da nossa motivação e a precisar de descanso e de isolamento social temporário.
Enquanto alguns se regeneram em convívios, inúmeros jantares, sítios barulhentos e festas com música alta, outros dão-se ao luxo de meditar, de respirar fundo e de encontrar harmonia com os ritmos do corpo, da mente e do espírito. Mas parece sempre que o que nos é pedido no exterior é que sejamos contra a nossa natureza, os nossos ritmos pessoais e individuais e, até, as nossas preferências.
Numa ditadura de redes sociais que nos obrigam a comprar, a ser, a vestir, a fazer, a viajar, a ler e a viver tudo cedo demais, cabe-nos a nós remar, conscientemente, contra estas, e outras tantas, marés.
Não é porque os outros dizem que temos de seguir,
Não é porque os outros fazem que temos de fazer,
Não é porque os outros compram que temos de comprar,
Não é porque os outros julgam que temos de julgar,
Não é porque os outros estão felizes que temos de estar.
O que acrescenta valor a cada um de nós é o que podemos ser quando tudo o resto já é.