Novo ano, novo eu?
Colocamos muita expectativa e muita pressão nestes finais de ano. Quase nos sentimos obrigados a estar bem, a ter esperança, a acreditar que à meia-noite tudo muda, como se de magia se tratasse. Sabemos que não é assim.
Na verdade, as coisas são como são e revelam-se na sua essência, apesar de ser Natal, Ano Novo, passagem de ano ou qualquer outra ocasião assinalada.
Somos quem somos e como somos apesar dos dias do calendário. No entanto, esta altura do ano convida-nos, inevitavelmente, a um balanço. A um olhar mais pleno perante tudo o que nos aconteceu durante o ano e perante todos os que nos aconteceram ao longo dos dias.
Neste ano que passou terá acontecido de tudo, como em todos os outros anos: mudanças, alegrias, pessoas novas, pessoas que nos deixaram, partidas, chegadas, viagens mais ou menos longas, zangas, discussões, reconciliações, reencontros, surpresas boas, desilusões, expectativas e desejos. Vida e morte. Doença e saúde.
Cada ano que se inicia e que termina encerra dentro de si uma amostra daquilo que a vida é: uma imprevisibilidade permanente e uma surpresa incrível ao mesmo tempo.
Neste primeiro dia do ano que possamos colocar menos expectativas para que tudo seja diferente e que consigamos olhar para a banalidade das coisas com olhos mais amorosos. Que saibamos apreciar mais as coisas pequeninas e minúsculas que nos passam tantas vezes ao lado, mas sem as quais tudo seria muito menos valioso e interessante.
Que este 2025 nos traga a inauguração de nós mesmos de dentro para fora e que possamos alegrar-nos com aquilo que nos define, seja bom, maravilhoso, mau ou péssimo. Tudo isso faz parte e tudo isso somos nós.
Que a verdade da nossa essência rime sempre com o Bem e com o Bom e que para todos os problemas apresentemos sempre uma solução de amor e de esperança, mesmo quando as pernas nos tremerem ou quando a vida vacilar.
Que a Vida e o Amor sejam sempre maiores do que todas as outras coisas.