Imagino, muitas vezes, como seria o impacto deste Jesus Cristo nos dias de hoje.

Imagino-O a caminhar e a espalhar essa Boa Nova que O alegra e que O sustenta.

Imagino-O, completamente livre de tudo e de todos, pronto para ensinar a amar e a acolher.

Imagino-O no meio da multidão e a ficar confuso por ver tanta correria.

Imagino-O a parar qualquer um de nós e a dirigir as mesmas palavras que proferiu a Marta: "Estás ansioso e cheio de coisas para fazer e muitas delas nem são necessárias.". (Lucas 10:41,42)

Tento colocá-Lo nos dias de hoje, com o Seu dom da palavra e com a Sua forma meiga de olhar e de acolher todos, mas quem teria tempo para O ouvir? Quem se colocaria nas mãos d'Ele, sabendo que estaria uma vida inteira ao Seu lado e que não seria remunerado por isso? 

Quem se colocaria ao serviço de um Mestre, que pararia no meio da cidade para lavar os pés daqueles que andam atarefados?

Quem pararia para ouvir o Filho do Homem que promete dar a vida eterna, nesta sociedade que apenas busca pelo imediato e pelo momento fugaz? 

Quem escutaria as suas belas parábolas e arriscaria a mudar o mundo para sempre?

Quem se deixaria tocar por esta Sua graça de levar ao outro a aventura do amor e da misericórdia?

Hoje, olhando para tudo, este Jesus seria, uma vez mais, posto de parte. Seria, novamente, enxovalhado, humilhado e renegado. 

Seria "arrumado em três tempos" e rotulado de tolo. Não Lhe deixariam atuar na mente humana. Não Lhe deixariam dar sentido a tantas vidas. Não Lhe deixariam dar o caminho, a verdade e a verdadeira vida. Não Lhe dariam a oportunidade de distribuir a "água viva" capaz de alegrar qualquer coração. 

E como precisamos tanto das Suas palavras, dos Seus ensinamentos e do Seu toque...

E se Ele hoje voltasse?

E se Ele se cruzasse contigo, terias tempo para ouvir o maior de todo os Mestres?

O que farias? O que farias se Ele te convidasse a largar tudo para que O seguisses?