Não acredites se te disserem que a liberdade é para sempre.

(está em vias de extinção)

Não acredites se te disserem que as certezas de hoje hão-de arrastar-se até amanhã.

(o que é hoje, amanhã pode não ser)

Não acredites se te disserem que a vida te vai dar aquilo que mereceres.

(umas vezes vai entregar-te mais. Outras, profundamente menos)

Não acredites se te disserem que os teus amigos não te vão falhar.

(antes de passares à próxima frase, vais lembrar-te de um par de vezes em que isso aconteceu)

Não acredites se te disserem que já não há boas notícias.

(há pessoas, em muitos lugares do mundo, que são protagonistas de histórias que nunca ninguém quis contar)

Não acredites se te disserem que a paz é uma âncora.

(se for uma âncora, está gasta e enferrujada exatamente na parte onde devia estar agarrada ao Mundo)

Não acredites se te disserem que o teu plano é estúpido. Que não faz sentido.

(as pessoas que mudaram o mundo tinham o coração cheio de planos estúpidos)

Não acredites em tudo o que ouves.

(o mundo tem vozes mentirosas. E as pessoas… também!)

Não acredites que não vais chegar lá. Que é demasiado longe para ti.

(o mapa que trazemos debaixo da pele é capaz de nos levar sempre onde queremos ir)

Não acredites (apenas) na bondade que as atitudes transpiram.

(a bondade é uma raiz que se espalha e que vem de dentro)

Não acredites que não há nada a fazer.

(os heróis são aqueles que não desistem nem mesmo quando essa seria a opção mais acertada)

Não acredites em tudo o que vês.

(é por tudo aquilo que os sentidos não alcançam que há-de sempre valer a pena viver)

Não acredites em tudo o que lês.

(O mais bonito está, normalmente, nas entrelinhas).