Rezar a Vida: Livre para amar

Rezar a Vida 11 setembro 2021  •  Tempo de Leitura: 2

Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens,

dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu;

depois, vem e segue-me.” (Mc 10, 21).

 

À semelhança do jovem rico, também eu corro para ti e ajoelho-me porque reconheço que és o único que pode saciar a minha sede de amor e alimentar a minha fome de viver em relação contigo e com os outros. 

 

Reconheço que tu és o caminho que quero percorrer, a verdade que quero conhecer e a vida que me restitui e recria, abrindo um horizonte inesgotável de oportunidades para ser mais (magis). 

 

Vida que não se deixa conter pelos limites humanos e que transcende todas as fronteiras terrenas. Vida que nos veio mostrar que é possível renunciar-se à bandeira do mundo e das suas riquezas, poder e fama, e atrever-se a escolher todos os dias a bandeira da simplicidade, humildade e serviço aos outros, içando-a bem alto com a confiança de quem sabe que só em ti está a verdadeira alegria e a paz de uma vida plena. 

 

Pesarosa e de semblante anuviado apercebo-me que, por mais que queira ter a ousadia de quem deixa tudo para seguir-te, tenho ainda “bens” que me aprisionam e me detêm e que só a tua graça desvelará os meus enganos e ilusões para deles me libertar. 

 

Ajuda-me a despertar os sentidos entorpecidos que se defendem de sentir; a quebrar as amarras da desconfiança que me impedem de rasgar o coração e mostrar-me aos outros despida de todas as máscaras que escondem a minha vulnerabilidade; e liberta-me do medo de voltar a sofrer porque nenhum amor que valha a pena é isento de lágrimas e dor. 

 

Seja a tua cruz o meu exemplo e o meu desejo de ver em ti novas todas as coisas! 

Raquel Dias

Cronista Rezar a vida

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas e apaixonada pela escrita. Voluntária na paróquia de São Julião da Barra. Ovelha perdida que reencontrou o caminho. Hoje, de coração cheio e grato, procura transmitir a alegria do Evangelho a todos os que cruzam o seu caminho. \"Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros?\" (cf. 8. Evangelii Gaudium)

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