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a sua tag: "Marta Arrais"
Tenho saudades de não saber o que a vida se estava a preparar para nos dar. De não imaginar que, enquanto eu fazia planos, o mundo se preparava para nos puxar o tapete e para nos deixar sem chão durante uns bons meses.
Vivemos os nossos dias como se a vida não estivesse (sempre) para acabar. Vivemos como se nos sentíssemos heróis. Heróis invencíveis que são senhores de tudo e de todos.
Não sei se é de mim, mas já suporto muito pouco do que vai sendo transmitido nas notícias.
Temos ouvido muitos especialistas, muitos médicos, muitos epidemiologistas, muitos políticos, muitos jornalistas, muitos moderadores, muitos enfermeiros, muitos professores, muitos pais e muitas mães, muitos alunos, muitos cuidadores, muitas pessoas. Todos se sentem no direito de dar a sua opinião.
Ainda não percebemos que vivemos tempos de guerra. Catástrofe. Dor. Vida e morte. Decisões impossíveis. Quem arrastamos connosco e quem deixamos cair? Quem levamos ao colo e de quem desistimos? Quem salvamos e quem arriscamos?
Avizinham-se, novamente, notícias difíceis. Não sabemos se temos coração para as encaixar. Para as receber. Colados ao ecrã, esperamos que venha alguém engravatado e bem vestido dizer-nos o que já sabemos:
Enquanto falava, hoje, ao telefone com uma amiga que não ouvia há algum tempo surgiu-me a questão que dá título a este texto. Dizia-me, com uma humildade enorme, que tinha percebido que tinha que parar. Que lhe sublinhavam frequentemente a importância de dar tempo aos outros e que a nossa resposta (
Suspiramos, agora, de alívio ao compreender que o ano velho está quase atrás de nós. Parece que nos sai um peso de cima dos ombros, dos dias, do coração, da vida como a entendemos e entendíamos.
Num ano de tremendos desafios, é-nos dada, agora, a oportunidade de esperar a Paz. Ainda que não estejamos para muitos festejos, é tempo de forrar o coração da palha que o Menino-Deus precisa para se deitar. É tempo de varrer o que não é essencial e de deixar que a Estrela de Belém nasça no nosso ol
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