Uma mão cheia de fé!
Somos feitos das primaveras que nos plantam dentro do peito. Muitas vezes, os que o fazem nem sabem que o fizeram; nem sabem que nos fizeram nascer flores dentro dos dias. Somos feitos dos azuis que nos pintam dentro do céu que temos debaixo da pele da alma. Somos feitos das vezes que não olhámos para trás por valer a pena abraçar o que estava mesmo à nossa frente. Mas, afinal, quando não temos quem nos faça ser Primavera ou quem nos pinte o céu de azul, somos feitos de quê?!
Somos feitos de fé. Do que nos faz querer tudo mesmo quando não há forças para quase nada. Do que nos faz querer aumentar o tamanho ao coração, por ser demasiado pequeno para tudo o que queremos guardar nele.
Somos feitos de fé. Da fé que nos faz rezar e juntar as mãos para o Céu. Da fé que nos faz trazer uma pomba ao peito. Uma pomba branca que ninguém vê mas que voa baixinho mesmo debaixo da nossa pele. Da fé que nos faz querer entender menos para poder saber mais. Da fé que nos faz continuar a pedalar mesmo quando a bicicleta (ou o caminho!) nos fizer(em) cair.
Somos feitos de fé. Da fé que nos faz felizes e fortes. Da fé que nos deixa também ser pequenos, fracos e pobres. Da fé que nos permite ser o que quisermos por nos permitir ser, precisamente, tudo.
Somos feitos de fé. Da fé que nos põe música nas palavras que dizemos. Da fé que nos faz avançar, nadar mais fundo e viver melhor.
Somos feitos de fé. Da fé que nos faz acreditar que não estamos sozinhos. Da fé que nos faz acreditar que somos melhores porque estamos juntos.
Somos feitos de fé. Da fé que nos faz repensar a vida toda. Da fé que nos faz querer começar de novo. Da fé que nos derruba os muros de dentro.
Quando nos perguntarem o que dizem ou guardam as nossas mãos, poderemos dizer:
- Tenho uma mão cheia de fé.
E a outra mão?!
- Tenho a outra mão cheia de coragem. Hoje, ainda é preciso coragem para ter fé.