118 - 126 de 228 artigos
Artigos de opinião publicados em vários orgãos de comunicação social.
Em momentos diferentes da nossa vida, quando não é claro o que podemos fazer ou por onde começar, estendamos a mão a uma vassoura
Reconhecer é antes de tudo identificar: tenho que saber quem é o outro e quem sou eu próprio; tenho de ouvir melhor, aprender a ver em profundidade
Não podemos viver sem esperança, mas esta não é uma tarefa evidente nem fácil. A vida é tátil, é aquilo de que nos podemos aproximar, é aquilo que trazemos entre as mãos.
A escuta não se faz apenas com o ouvido exterior, mas com o sentido do coração
Do verão somos todos Sherazade. Retardamo-nos em conversas que se alongam, sem cronómetro nem pressa de parar, encandeados pela aparente ausência de um propósito, e que não pediram, como é normal noutras estações, uma razão, um lugar e um tempo pré-fixados.
Num texto premonitório, o escritor Paul Valéry vaticinou, em 1928, que do mesmo modo como a água ou o gás das canalizações chegam, sem um esforço direto nosso, às nossas casas, assim viria o dia em que nos alimentaríamos de imagens, que nasceriam e se extinguiriam automaticamente.
O regime tecnológico hoje em vigor confunde-nos ainda mais enquanto nos transmite a ilusão de que não lugar para o erro. A memória do computador mais recente embaraça-nos, ao confrontar-nos com a sequência dos nossos esquecimentos, lapsos, imprecisões.
Porque é que opomos tanta resistência a parar e a conceder-nos formas de descanso que nos restituam a nós próprios? Por uma razão simples: o movimento parece-nos mais fácil de viver.
A oração tem também a forma de uma pergunta. Deixa-se habitar pela maravilha do nosso existir diante de Deus. A maravilha da argila nas mãos do criador. Pense-se no Salmo 8:
Rua João de Freitas Branco, nº 21, 3ºB
1500-714 Lisboa
Portugal
912483000 (Bento Oliveira)
imissio.net@gmail.com